Na cidade norte-americana de Detroit, a empresa Rebel Nell está a transformar velhos grafitos em joias. O projeto faz parte de um plano de ajuda a mulheres com poucos recursos.
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As mulheres da Rebel Nell fazem de tudo, desde colares e brincos até pulseiras e alfinetes de peito, com uma matéria-prima muito original: pedaços de grafitos deteriorados com o tempo. As suas criações são, portanto, gramas de cimento ou de um outro material inseridos em peças de prata ou bronze. A "mãe" de tudo isto é Amy Peterson, quem criou o projeto com a ideia de melhorar as condições de vida das mulheres pobres da cidade.
Peterson chegou a Detroit no ano 2007 por causa de um emprego ligado ao mundo do desporto. Ao contrário da maioria das pessoas, ela chegou à cidade num momento em que grande parte da sua população estava a abandoná-la, devido ao forte impacto da crise económica na indústria local. Com um olhar novo, foi capaz de perceber uma cidade diferente. Foi assim que criou uma coleção de joias genuína e singular.
https://www.facebook.com/rebelnelldetroit/photos/a.544789448903309.1073741829.533817646667156/1124427824272799/?type=3
O início do projeto está ligado a uma questão de vizinhança. Durante os primeiros anos, Amy Peterson morou em frente a um centro de acolhimento de sem-abrigo. Foi nessa rua onde se formou a ideia da Rebel Nell, durante as conversas que Peterson mantinha com algumas das mulheres que lá moravam. Com o passar do tempo e o aumento da confiança, percebeu que o principal problema dessas mulheres era a falta de independência económica.
O rascunho do projeto fechou-se quando, um dia, Amy Peterson reparou nuns pedaços de grafitos espalhados pelo chão. Foi nesse momento que percebeu que fariam joias com aqueles restos - restos de uma cidade falida que iria recompor vidas também destruídas.
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O objetivo passa por melhorar a vida de mulheres em situação vulnerável. Amy Peterson sublinha que "cada mulher é diferente e cada um dos seus problemas também. Estamos muito orgulhosas do trabalho que estamos a fazer com elas, já que é muito individualizado. Posso dizer que depois de alguns meses todas vêm com sorrisos cada vez mais abertos. Sabemos que dar-lhes um emprego e um ordenado não vai resolver todos os seus problemas, mas talvez possamos ajudar a canalizá-los para um caminho melhor".
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Por agora, o fim dos grafitos não é uma coisa que preocupe as mulheres que trabalham na Rebel Nell - a cidade está cheia deles. E, além disso, já há pessoas que estão a enviar fragmentos de grafitos de outros sítios da América do Norte.
Desde a última semana de setembro que parte das joias estão no Museu Copper Hewitt de Nova Iorque. A coleção está dentro da exposição "By the People: Desing for a better America", a terceira mostra de design humanitário do museu, que dá a conhecer como este pode desafiar as desigualdades económicas e sociais dum país.