O governo norte-americano considera que o Grupo Wagner "não participa de forma significativa" nos combates na Ucrânia, como resultado da rebelião do mês passado, num dos maiores desafios ao poder do presidente russo desde que chegou ao poder.
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"Nesta fase, não vemos nenhum envolvimento significativo das forças do Grupo Wagner em apoio às operações de combate na Ucrânia", disse o secretário de imprensa do Departamento de Defesa dos EUA, Pat Ryder.
O responsável frisou que Washington considera que "a maior parte destas forças ainda se encontra em zonas da Ucrânia ocupadas pela Rússia, mas a nível efetivo já não estão a contribuir com uma capacidade de combate significativa".
"Obviamente é algo a que vamos continuar a ter atenção, mas é assim que as coisas estão agora", concluiu.
O líder do grupo paramilitar privado, Yevgeni Prigozhin liderou uma rebelião em 24 de junho, que incluiu o avanço das suas forças em direção à capital, Moscovo, embora horas depois tenha sido alcançado um acordo que implicava a retirada dos membros do Grupo Wagner com vista à sua possível integração no Exército, assim como a retirada de acusações para os envolvidos na revolta.
Nesse sentido, Putin afirmou na quinta-feira, em declarações ao jornal russo "Kommersant", que "o Grupo Wagner não existe a nível legal".
"Existe, mas não a nível legal", disse, antes de afirmar que uma "legalização real" do estatuto do grupo privado "é um assunto a ser discutido na Duma [parlamento russo] e no governo".
"Não é fácil", reconheceu, embora tenha acrescentado que, neste caso, "tudo é fácil e óbvio para a sociedade russa".
"Os combatentes do Grupo Wagner lutaram com dignidade, logo, o facto de estarem envolvidos nesses eventos é lamentável", referiu.
Putin indicou ainda que disse a Prigozhin, durante uma reunião realizada dias após a rebelião, que os membros do Grupo Wagner "se podiam juntar num único lugar e continuar o seu serviço, sendo que nada mudaria para eles".
"Continuarão a ser liderados pela mesma pessoa que foi o seu verdadeiro comandante durante todo esse tempo", afirmou, numa aparente referência à sua pessoa, como chefe das Forças Armadas, e influenciando a sua proposta de integração dos membros do Grupo Wagner no seio do Exército para continuar com as suas funções no quadro da invasão da Ucrânia.