Pelo menos 57 soldados do Exército colombiano continuavam retidos por moradores de uma região do sudoeste do país dominada pela guerrilha, depois de terem sido raptados, informou a instituição.
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Um primeiro pelotão realizava uma operação em El Tambo, um município que faz parte da região de Micay conhecida como "Canyon da cocaína", quando civis os raptaram no sábado, segundo uma mensagem enviada aos jornalistas.
No domingo, um novo grupo de militares foi cercado por pelo menos 200 moradores enquanto se dirigia para El Plateado, outra zona da região. "Em resultado dos dois incidentes, no total, quatro suboficiais e 53 soldados profissionais permanecem privados da sua liberdade", informou o Exército.
Esta prática é comum em regiões conflituosas da Colômbia. Para impedir o avanço das forças públicas, alguns grupos ilegais ordenam que civis realizem sequestros. Geralmente, os militares são libertados horas depois, após a intervenção de entidades defensoras dos direitos humanos.
O general Alberto Mejía afirmou num vídeo que se trata de um "sequestro" por parte de guerrilheiros "infiltrados" na comunidade.
O Exército afirma que os moradores recebem ordens do Estado-Maior Central (EMC), a principal dissidência das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que não assinou o acordo de paz com o governo em 2016.
O presidente Gustavo Petro pediu aos moradores que "deixem de acreditar em atores armados que obedecem a estrangeiros", uma referência aos supostos vínculos dos guerrilheiros com cartéis mexicanos.
"Nós queremos generalizar a paz, mas libertar os soldados, que são os seus próprios filhos, é imperativo", escreveu o presidente de esquerda na rede social X.
Há meses, o presidente da Colômbia tenta fazer com que as Forças Armadas consigam aceder a toda a região de Micay, um reduto utilizado para a produção de cocaína.
Nessa mesma área, 29 militares e polícias foram raptados por moradores em março. Todos foram libertados dois dias depois.
A Colômbia vive a sua pior crise de segurança na última década. Petro tentou negociar a paz com o EMC, mas o seu principal líder, "Iván Mordisco", abandonou os diálogos.