O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou esta segunda-feira, em conversas telefónicas com os chefes da diplomacia russo e ucraniano, a sua "profunda preocupação com o aumento das tensões" entre a Rússia e o Ocidente.
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Inquirido na sua conferência de imprensa diária sobre se o líder da ONU ainda estava convicto de que não haveria intervenção militar russa na Ucrânia, o porta-voz Stéphane Dujarric respondeu: "Não creio que a sua opinião tenha mudado de forma alguma".
A 21 de janeiro, numa conferência de imprensa, António Guterres afirmara que, na sua opinião, "não haveria intervenção militar".
"Estou convencido de que isso não acontecerá [e] espero firmemente ter razão", acrescentou então.
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Nas suas reuniões por telefone, esta segunda-feira, o secretário-geral da ONU sublinhou que "não há alternativa à diplomacia", saudando as "discussões diplomáticas em curso para reduzir as tensões", precisou o seu porta-voz.
Embora "os seus bons ofícios estejam sempre disponíveis" para uma mediação, o líder da ONU participa em Nova Iorque no almoço mensal dos 15 embaixadores do Conselho de Segurança na missão diplomática da Rússia, presidente em exercício do Conselho de Segurança, indicou Stéphane Dujarric. Em seguida, fará uma declaração à imprensa, acrescentou.
O porta-voz indicou que a ONU tem na Ucrânia 1661 funcionários, 1441 dos quais de nacionalidade ucraniana e 220 de nacionalidade estrangeira.
"Não há planos de retirada ou relocalização do pessoal da ONU", sublinhou, enquanto vários países do mundo pediram aos seus cidadãos para abandonarem aquele país por temerem uma invasão russa.
O Conselho de Segurança da ONU realiza na quinta-feira uma reunião anual sobre a Ucrânia e a aplicação dos acordos de Minsk, concluídos em 2014 e 2015 para pacificar o leste do país.