Hamas diz que liberta reféns civis imediatamente se Israel parar bombardeamentos
Uma explosão no Hospital al-Ahli, em Gaza, matou cerca de 500 pessoas. O Hamas acusou Israel, que negou o envolvimento e responsabilizou outro grupo extremista, a Jihad Islâmica. Entretanto, os islamitas anunciaram que libertam todos os reféns civis se os bombardeamentos israelitas pararem.
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O alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, exigiu, esta terça-feira, que se esclareça claramente a responsabilidade pela explosão num hospital de Gaza que, de acordo com o movimento islamita Hamas, provocou 500 mortos.
"As notícias do hospital (...) em Gaza acrescentam horror à tragédia que se desenrola diante dos nossos olhos há dias", destacou Borrell, através da rede social X (antigo Twitter).
O chefe da diplomacia europeia defendeu que "a responsabilidade por este crime deve ser claramente estabelecida e os autores devem ser responsabilizados". E lamentou que, "mais uma vez, os civis inocentes paguem o preço mais alto".
Já madrugada de quarta-feira, Israel insiste em negar as acusações do Hamas e empurra para a Jihad Islâmica as culpas da explosão que matou mais de 500 pessoas num hospital em Gaza. Mais um dia de violência e morte que terminou com uma oferta de trégua, a troca de reféns civis pelo fim das bombas israelitas.
Termina aqui o ao minuto do 11.º dia de guerra. Voltaremos de manhã.
A Autoridade Nacional de Gestão de Desastres e Crises do Líbano realizou uma reunião de alto nível, para rever os planos de emergência e o nível de preparação de cada ministério caso deflagre um conflito com Israel.
"Com a reunião de hoje queríamos informar os ministros envolvidos e os departamentos relevantes sobre o plano de resposta nacional, bem como discutir as crises que podem ocorrer se os acontecimentos se desenrolarem no sul", realçou o primeiro-ministro, Najib Mikati, que presidiu a reunião.
O dirigente garantiu que se trata de tomar todas as medidas necessárias "por precaução" e que não se pretende semear o terror entre a população.
O Exército de Israel insistiu, "após verificação cuidadosa", que a explosão no hospital de Gaza, que provocou centenas de mortos, não foi causada por fogo israelita mas por foguetes da Jihad Islâmica, que negou estas acusações.
"Temos informações suficientes agora, demorámos, mas temos que dizer a verdade e não foram os ataques israelitas que atingiram o hospital", sublinhou o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, em conferência de imprensa, após a "verificação cuidadosa dos sistemas de vigilância".
"Forneceremos provas das nossas afirmações nas próximas horas", acrescentou.
Joe Biden expressou "as suas mais profundas condolências pelas vidas inocentes perdidas na explosão de um hospital em Gaza" e desejou "uma rápida recuperação aos feridos", informou a Casa Branca.
O presidente norte-americano não se pronunciou sobre a origem da explosão que matou centenas de pessoas, enquanto o movimento islamita Hamas culpou Israel e o exército israelita culpou a Jihad Islâmica.
As imagens divulgadas do hospital Al-Ahli mostravam um enorme incêndio rodeando as fachadas do edifício, vidros estilhaçados e corpos, muitos deles desmembrados, espalhados por toda a zona.
Egito, Turquia e Liga Árabe condenaram hoje o alegado ataque aéreo israelita a um hospital, que de acordo com o movimento Hamas provocou 500 mortos, enquanto o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto.
O movimento islamita Hamas disse, esta terça-feira, à emissora norte-americana NBC News que está disposto a libertar "imediatamente" todos os reféns civis, tanto israelitas como estrangeiros, se Israel parar os bombardeamentos em Gaza.
Um alto responsável do Hamas disse à NBC News que os reféns poderiam ser libertados no prazo de uma hora, desde que Israel satisfizesse as suas exigências, sublinhando que não existe atualmente um local seguro para os libertar.
Em troca da libertação dos soldados israelitas detidos, Israel deve libertar todos os palestinianos que estão em prisões israelitas, acrescentou.
Cinco militantes do Hezbollah foram hoje mortos na fronteira israelo-libanesa, o maior número num só dia desde que começaram os confrontos entre o grupo xiita libanês e o exército israelita, a 08 deste mês.
As forças israelitas e os grupos armados no Líbano têm-se envolvido numa série de escaramuças de baixa intensidade desde o início da última guerra em Gaza, desencadeada um dia antes com o ataque a Israel por combatentes do movimento islamita Hamas.
A escalada surge no meio de receios de que a guerra possa alastrar ao Líbano, onde os xiitas do Hezbollah, pró-iraniano, manifestaram forte apoio ao Hamas, movimento que governa a Faixa de Gaza desde 2007 e que é considerado como um "grupo terrorista" pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, além de Israel.
As Forças de Defesa de Israel defenderam que a explosão no Hospital Al-Ahli em Gaza terá sido causada acidentalmente pela Jihad Islâmica, um dos grupos terroristas palestinianos envolvidos na ofensiva de 7 de Outubro contra Israel.
"De acordo com informações de inteligência, provenientes de várias fontes que possuímos, a organização terrorista Jihad Islâmica é responsável pelo disparo falhado que atingiu o hospital", lê-se numa publicação das autoridades no X (ex-Twitter).
Segundo a Reuters, as forças armadas israelitas estão a investigar o incidente, mas recusam-se a comentar a sua veracidade. À Associated Press, Daniel Hagari, porta-voz do exército israelita, diz que Israel vai esperar por "detalhes" e que ainda não existe certeza de que a explosão em causa se tenha tratado de um ataque aéreo israelita.
Dezenas de manifestantes tentaram invadir o complexo da embaixada israelita em Amã, capital da Jordânia, esta terça-feira, depois de um ataque a um hospital na Faixa de Gaza, que terá matado cerca de 500 pessoas, avança um jornalista da agência de notícias France-Presse.
O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) confirmou hoje a morte de 15 jornalistas, sendo que há oito feridos e três desaparecidos, desde o início dos bombardeamentos entre Israel e o Hamas, a 7 de outubro.
Entre os mortos estão 11 jornalistas palestinianos, três israelitas e um libanês. O Comité admite a volatilidade destes números, uma vez que ainda “está a investigar relatos não confirmados de outros jornalistas mortos, desaparecidos, detidos, feridos ou ameaçados e de danos a escritórios de meios de comunicação e residências de jornalistas”.
“Os jornalistas de toda a região estão a fazer grandes sacrifícios para cobrir este conflito doloroso. Todas as partes devem tomar medidas para garantir a sua segurança”, disse Sherif Mansour, coordenador do programa do CPJ para o Médio Oriente e Norte de África. “Os jornalistas são civis que realizam um trabalho importante em tempos de crise e não devem ser alvo de partes em conflito”, acrescentou.
O primeiro-ministro afirmou hoje que se verificou na reunião extraordinária do Conselho Europeu um consenso muito alargado na condenação total do Hamas e em relação ao direito de Israel se defender respeitando o direito humanitário internacional.
Esta posição de António Costa foi publicada na sua conta na rede social X (antigo Twitter) no final da reunião extraordinária do Conselho Europeu, que se realizou por videoconferência, com o objetivo de os líderes europeus definirem uma posição comum sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
"Participei na reunião do Conselho Europeu dedicada à situação em Israel e em Gaza. Houve um consenso muito alargado na condenação total do Hamas e quanto ao direito de Israel de se defender dos brutais ataques terroristas, respeitando o direito humanitário internacional", escreveu o líder do executivo português.
De acordo com António Costa, todos os líderes dos Estados-membros da União Europeia concordaram "também que os reféns feitos pelo Hamas devem ser libertados imediatamente e sem pré-condições".
No sábado, no Alvor, concelho de Portimão, na qualidade de secretário-geral do PS, António Costa, defendeu que Israel tem o direito de se defender agindo militarmente, mas também tem de o fazer respeitando as populações civis de Gaza.
"Israel tem todo o direito a defender-se agindo militarmente sobre o Hamas, mas respeitando as populações civis da Palestina", declarou, acrescentando que "as mulheres, os homens e as crianças que vivem na Faixa de Gaza" têm de ver assegurado "o seu direito humanitário".
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) estará no Cairo na quinta-feira para discutir com o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, anunciou hoje o porta-voz de António Guterres.
Atualmente na China, Guterres será recebido na quinta-feira na capital egípcia por Sissi e "outros" líderes para discutir "a situação em curso região", ou seja, a guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, declarou o porta-voz do chefe da ONU, Stéphane Dujarric, durante uma conferência de imprensa.
O porta-voz não indicou se o secretário-geral também visitará Israel e outros países do Médio Oriente.
Guterres discutirá essencialmente a disponibilização de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. "Para entregar ajuda humanitária a Gaza, precisamos de pontos de passagem seguros. Não podemos mover camiões e comboios humanitários no meio de bombardeamentos", disse Dujarric.
"Há intensas discussões atualmente, em que estamos envolvidos com uma série de partes interessadas para tentar fornecer ajuda humanitária básica o mais rapidamente possível: alimentos, água, medicamentos são urgentemente necessários", sublinhou o porta-voz.
Faltam água e alimentos para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza, também privados de eletricidade, depois do cerco imposto por Israel a 9 de outubro ao pequeno território palestiniano, já sujeito a um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo desde que o Hamas assumiu o poder em 2007.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, viaja quarta-feira para Israel em "solidariedade" após o ataque sangrento do Hamas a 7 de outubro, mas também para negociar um plano humanitário para a Faixa de Gaza.
Pelo menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas num ataque israelita contra uma escola da agência da ONU para os refugiados palestinianos na Faixa de Gaza, indicou o organismo, que denunciou um "flagrante desrespeito pela vida dos civis".
Num comunicado, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, informou que "pelo menos seis pessoas morreram hoje à tarde quando uma escola da UNRWA foi atingida no acampamento de refugiados de Al Maghazi, na zona central de Gaza".
Dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo pessoal da agência que integra o sistema da ONU, e a escola sofreu graves danos estruturais, afirmou ainda Lazzarini, admitindo que o número de vítimas poderá aumentar.
Na nota informativa, citada pelas agências internacionais, é especificado que "a escola foi atingida durante bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza".
"Isto é indignante e demonstra uma vez mais um flagrante desrespeito pela vida dos civis. Não existe nenhum lugar seguro em Gaza, nem sequer as instalações da UNRWA", garantiu o comissário, ao acrescentar que pelo menos 4000 pessoas estavam refugiadas naquela escola da agência da ONU, transformada nos últimos dias num refúgio.
"Não tinham nem têm outro lugar para onde ir", frisou o representante.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas que a UNRWA fornece diariamente as coordenadas das suas instalações às partes em conflito, referiu ainda o comunicado. No entanto, desde o início das hostilidades, 14 funcionários da UNRWA foram mortos e pelo menos 24 instalações da agência foram atingidas por bombardeamentos
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza afirma que pelo menos 500 pessoas foram mortas num ataque israelita ao Hospital Árabe de al-Ahli. O Hamas considerou o ataque um "crime de guerra", segundo o "Al Jazeera".
"O hospital albergava centenas de doentes e feridos, bem como pessoas deslocadas à força das suas casas", refere um comunicado do grupo terrorista.
Hussam Abu Safiya, chefe do serviço de pediatria do Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, afirma que o bombardeamento de hospitais é "inconcebível", em declarações ao mesmo jornal.
"Estamos a lutar para salvar crianças feridas, mães grávidas, bebés que estão a nascer aqui", relata Abu Safiya numa declaração após o ataque ao al-Ahli. "Mais de 200 cadáveres foram trazidos hoje para o hospital Shifa, na sua maioria mulheres e crianças. Têm de parar de nos atacar".
Cerca de 3000 pessoas foram mortas em ataques israelitas na Faixa de Gaza desde o início do conflito, a 7 de outubro. Em Israel, foram mortas mais de 1400 pessoas.
O aumento do nível de alerta de segurança em Portugal está neste momento "em avaliação" através de um diálogo entre o Sistema de Segurança Interna e as forças e serviços de segurança, disse o ministro da Administração Interna esta terça-feira.
O ministro deu conta de que o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, tem estado "em articulação com as entidades internacionais que cooperam com os países europeus e também tem estado em articulação com as forças e serviços de segurança".
O governante acrescentou que é "em função do diálogo em curso que serão tomadas as medidas consideradas adequadas ao nível da segurança, mas sempre com prévia avaliação, com muita sensatez, ponderação e equilíbrio".
O Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, avisou hoje os membros do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) que só lhes resta a alternativa de morrer nas suas posições ou "renderem-se incondicionalmente".
"Não há uma terceira opção. Vamos aniquilar a organização Hamas e desmantelar todas as suas capacidades", disse o ministro da Defesa israelita durante uma visita a uma base aérea no sul do país.
Gallant aproveitou a oportunidade para se encontrar com pilotos e técnicos da frota de aviões F-35 da força aérea israelita e afirmou que os aviões do Estado hebraico "chegarão a todo o lado" e que cada um dos mísseis "tem uma direção".
"Chegaremos a todos e a cada um dos membros do Hamas", acrescentou.
Cerca de três mil pessoas foram mortas em ataques israelitas na Faixa de Gaza, afirmou esta terça-feira o ministério da saúde do território palestiniano controlado pelo Hamas.
Mais de 12.500 pessoas ficaram feridas desde que Israel começou a bombardear Gaza em 7 de outubro, em retaliação aos ataques do Hamas em Israel, que mataram mais de 1400 pessoas.
As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islamita palestiniano Hamas, emitiram um "apelo urgente" a quem tiver combustível para contactar "imediatamente" o Ministério da Saúde local, perante a iminência de falta de energia nos hospitais.
O porta-voz do movimento islamita Hamas, Hazem Qassem, afirmou que a visita do presidente dos Estados Unidos a Israel, na quarta-feira, vai servir de incentivo a "mais massacres contra os palestinianos". Numa entrevista telefónica concedida à televisão CNN, Qassem censurou a Administração norte-americana pela sua postura "agressiva" contra os palestinianos e por aceitar a "retórica israelita".
"Infelizmente, a Administração dos Estados Unidos e o Presidente [Joe] Biden tomaram uma postura muito agressiva contra o povo palestiniano e caíram na narrativa israelita. A sua visita serve apenas para apoiar financeiramente e moralmente os israelitas, encorajar a ocupação e a realização de mais massacres contra os nossos irmãos, crianças e idosos palestinianos", referiu o porta-voz do Hamas.
Qassem também afirmou que pelo menos "dois terços" das vítimas dos bombardeamentos israelitas de hoje são mulheres e crianças que fugiram do norte para o sul da Faixa de Gaza.
Biden tem viagem marcada para esta quarta-feira, aceitando assim o convite do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e na sequência da visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a Israel. Depois, viajará para a capital da Jordânia, Amã, onde se reunirá com o rei jordano Abdullah II, com o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, e o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou, esta terça-feira, que só restam alimentos para quatro a cinco dias nas lojas da Faixa de Gaza, enclave palestiniano cercado pelo exército israelita na sequência do ataque conduzido pelo Hamas contra Israel.
"Nas lojas, as reservas (de alimentos) são de alguns dias, talvez quatro ou cinco dias", declarou a porta-voz do PAM (agência do sistema da ONU), Abeer Etefa, numa conferência de imprensa em Genebra.
A passagem de Rafah, na fronteira com o Egito e o único ponto de passagem terrestre para Gaza que não é diretamente controlado por Israel, permanece fechada, o que impossibilita a entrada de ajuda humanitária.
O líder do movimento islamita Hamas, que desencadeou um ataque militar sem precedentes contra Israel no passado sábado, solicitou a Pretória o envio de ajuda humanitária à Palestina, anunciou o Governo sul-africano esta terça-feira.
"O Departamento [Ministério] de Relações Internacionais e Cooperação (Dirco) deseja confirmar que a ministra Naledi Pandor recebeu um pedido para telefonar ao líder do Hamas, Ismail Haniyeh, para discutir o envio de ajuda humanitária à Palestina", disse, em comunicado, o gabinete da chefe da diplomacia sul-africana.
No comunicado, a que a Lusa teve acesso, o ministério sul-africano adiantou que, "durante a conversa telefónica, e em linha com a posição do Governo [da África do Sul], a ministra Pandor reiterou a solidariedade e o apoio da África do Sul ao povo da Palestina e expressou tristeza e pesar pela perda de vidas inocentes, tanto palestinianos como israelitas".
Os EUA colocaram cerca de dois mil soldados em estado de prontidão para possível envio para o Médio Oriente, em apoio a Israel, que está em guerra com o grupo islamita Hamas.
"Hoje, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, colocou aproximadamente 2000 soldados e uma série de unidades em alerta máximo, através de uma ordem de prontidão", pode ler-se num comunicado do Governo norte-americano, que justifica a medida dizendo que procura "aumentar a capacidade da Defesa dos EUA para responder rapidamente a uma situação de segurança em evolução no Médio Oriente".
"Nenhuma decisão foi tomada relativamente ao envio de tropas neste momento", adianta o Departamento de Defesa, especificando que Lloyd Austin continua a avaliar a postura norte-americana, mantendo-se em contacto próximo com os seus aliados e parceiros na região.
As forças armadas israelitas impedem o acesso ao palco do massacre perpetrado pelo movimento islamita Hamas numa festa de música eletrónica no deserto, onde o cheiro a fumo ainda é intenso mais de uma semana após o ataque.
"O que aconteceu aqui foi uma barbaridade", disse hoje aos jornalistas um jovem oficial das Forças de Defesa de Israel que preferiu o anonimato.
Os militares, afirmou, estão no local onde na madrugada de dia 7 se realizava o festival Nova "para prevenir, para garantir a segurança e para que nunca mais volte a acontecer" um ataque como o que fez pelo menos 260 mortos.
A cerca de cinco quilómetros a leste da Faixa de Gaza, a zona a que a agência Lusa teve acesso está bloqueada por soldados, ao mesmo tempo que se posicionam peças de artilharia de campanha e veículos militares blindados.
No sítio do massacre, são ainda visíveis muitos automóveis civis destruídos, roupa espalhada no chão e equipamento de campismo que pertencia aos espetadores do festival, na sua maioria jovens.
O exército israelita ameaçou esta terça-feira arruinar o Líbano caso os ataques do grupo xiita Hezbollah aumentem na zona fronteiriça, com o porta-voz da instituição a admitir que Israel está preparado para uma guerra em duas frentes.
"Esperamos que o Líbano não cometa o erro de arruinar o seu país por causa do Hamas", afirmou o porta-voz internacional do exército israelita, Richard Hecht, aludindo às hostilidades que se têm registado na fronteira dos dois países quase desde o início da guerra entre Israel e as milícias palestinianas da Faixa de Gaza.
Estas declarações foram feitas pouco depois de o exército ter divulgado o lançamento de um míssil antitanque a partir do território libanês em direção à cidade israelita de Metula, que segundo Hecht, "causou feridos".
Questionado sobre se o exército está preparado para uma guerra em duas frentes que inclua tanto as milícias de Gaza como as do Líbano, o porta-voz militar observou que, embora o foco principal seja, atualmente, o conflito com o Hamas, as defesas na frente norte foram reforçadas. "É claro que estamos preparados para lidar com uma guerra em duas frentes", sublinhou Hecht.
O ataque a Israel feito pelo Hamas, a 7 de outubro, resultou em milhares de mortes, mas também no sequestro de centenas de pessoas. Entre os reféns, há elementos de diversas nacionalidades e idades, mas pouco se sabe sobre o futuro dos sequestrados. Ontem, uma refém gravou um vídeo onde pede para ser libertada. Leia mais AQUI
A porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, defendeu esta terça-feira que o cerco de Isarel a Gaza e a sua ordem de evacuação podem representar um crime internacional de transferência forçada de civis.
"Estamos preocupados que esta ordem, combinada com a imposição de um cerco completo a Gaza, possa não ser considerada uma evacuação temporária legal e, portanto, equivaleria a uma transferência forçada de civis, em violação do direito internacional", afirmou.
Centenas de camiões continuam à espera para entrar em Gaza com ajuda humanitária. "Não nos disseram a que horas vamos fazer a travessia, mas pediram-nos que nos dirigíssemos para Rafah", afirmou à BBC um responsável ligado à Cruz Vermelha.
O Hamas divulgou, na segunda-feira, o vídeo de "um dos prisioneiros em Gaza", onde aparece uma jovem que fala hebraico e que será uma das cerca de 200 pessoas raptadas pelo grupo islamita e outras milícias palestinianas.
"Eles estão a cuidar de mim, a darem-me medicamentos. Só peço que me levem de volta para casa o mais rápido possível, para a minha família, os meus pais, os meus irmãos. Por favor, tirem-me daqui o mais rápido possível", realça a refém, que diz ter 21 anos e ser natural da cidade israelita de Shoham, num vídeo onde surge deitada numa cama com o braço ferido, enquanto um profissional de saúde lhe enrola uma ligadura.
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O presidente francês, Emmanuel Macron, criticou esta terça-feira o Hamas e a utilização que faz dos reféns capturados em Israel, depois de o grupo islamita ter publicado um vídeo com um desses prisioneiros, uma jovem franco-israelita.
Numa mensagem divulgada pelo Eliseu, Macron critica a "ignomínia que representa a tomada de reféns, pessoas inocentes, e a encenação odiosa" e exige a "libertação imediata e incondicional" da jovem, Mia Shem.
Nesse vídeo vê-se Mia Shem, que foi sequestrada por homens do Hamas que entraram em território israelita quando a jovem participava num festival de no deserto, no passado dia 07 de outubro, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.
O Eliseu insistiu que "a França está totalmente mobilizada e a trabalhar com os seus parceiros para libertar os reféns franceses detidos pelo Hamas".
A ONU alertou esta terça-feira para o risco iminente de mortes por infeções em Gaza por Israel só ter permitido o abastecimento de uma quantidade mínima de água desde o início da guerra com o Hamas.
Numa atualização da informação sobre a Faixa de Gaza, a ONU disse que Israel autorizou, até agora, o abastecimento de menos de 4% da água consumida pela população antes do início da guerra com o movimento islamita.
O risco de mortes por infeções "é iminente se a água e o combustível não forem imediatamente autorizados a entrar no enclave palestiniano", afirmou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla inglesa).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) não está a conseguir levar as ajudas necessárias a Gaza, situação que, de acordo com um porta-voz da instituição, deverá colocar em risco 84 mil grávidas.
A OMS tinha um acordo com o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, para abrir a passagem de Rafah, mas os bombardeamentos israelitas tornaram-na insegura.
O luso-israelita Nevo Arad é a quarta vítima com nacionalidade portuguesa a morrer na sequência do ataque do Hamas em Israel. Segundo a Sic Notícias, Nevo participava no festival de música onde morreram 260 pessoas.
Bom dia!
Acompanhe neste minuto a minuto os principais desenvolvimentos do conflito israelo-palestiniano. Esta terça-feira, os líderes dos 27 da União Europeia (UE) vão reunir-se por videoconferência para definir uma posição comum sobre o conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas, e sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza.
A reunião extraordinária foi convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no último sábado, e começará pelas 17.30 locais (16.30 em Portugal Continental).
O primeiro-ministro português, António Costa, vai participar.
Na carta que enviou aos chefes de Estado e de Governo da UE, Charles Michel reconheceu que "as cenas trágicas que se desenrolam na Faixa de Gaza, resultantes do cerco e da falta de [acesso] às necessidades básicas, combinadas com a destruição provocada por bombardeamentos significativos [de Israel], estão a fazer soar o alarme para a comunidade internacional".
"É da maior importância que o Conselho Europeu, em linha com os tratados e os nossos valores, estabeleça uma posição comum e uma linha de ação clara e unificada que reflita a complexidade da situação que se desenrola", defendeu.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou hoje um projeto de resolução proposto pela Rússia que pedia um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar a situação da população civil em Gaza.
A resolução foi rejeitada após quatro votos contra, cinco a favor e seis abstenções dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança, com a maioria dos países que vetou o projeto russo a criticar a falta de referência ao Hamas.
Após a votação, os Estados Unidos, um dos países a posicionar-se contra o texto, justificou a sua posição com o facto do projeto de resolução russo não condenar especificamente o Hamas pelo ataque a Israel.
"Há pouco mais de uma semana, o terror foi desencadeado em Israel pelo Hamas, cujo objetivo declarado é destruir Israel e matar judeus. Este foi o pior massacre do povo judeu desde o Holocausto.(...) E este Conselho tem a responsabilidade de ajudar a resolver esta crise humanitária, condenar inequivocamente o Hamas e reafirmar o direito inerente de Israel à autodefesa ao abrigo da Carta da ONU", disse a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield.
"Infelizmente, a resolução da Rússia não cumpre todas estas responsabilidades (...), não fazendo qualquer menção ao Hamas. Ao não condenar o Hamas, a Rússia está a dar cobertura a um grupo terrorista que brutaliza civis inocentes. É ultrajante, é hipócrita e é indefensável", acusou.
Também a embaixadora britânica junto à ONU, Barbara Woodward, disse não poder apoiar uma resolução que não condene os ataques terroristas do grupo islamita.
"As ações do Hamas foram um ataque existencial à própria ideia de Israel como uma pátria segura para o povo judeu. É injusto que este Conselho ignore o maior ataque terrorista da história de Israel", acrescentou.
O projeto de resolução russo apelava a "um cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e totalmente respeitado" e "condenava veementemente toda a violência e hostilidades dirigidas contra civis e todos os atos de terrorismo", mas não continha nenhuma referência ao Hamas.
Já o embaixador russo junto à ONU, Vasily Nebenzya, lamentou que o Conselho de Segurança "volte a ficar refém do ego e das intenções egoístas" dos países ocidentais, referindo-se aos Estados Unidos, França e Reino Unido que, juntamente com o Japão, votaram contra o seu projeto - que, por outro lado, contou com votos favoráveis da China, Gabão, Moçambique, e Emirados Árabes Unidos.
"Hoje, o mundo inteiro esperou ansiosamente que o Conselho tomasse medidas para pôr fim ao derrame de sangue. Mas os países ocidentais basicamente pisotearam essas expectativas. Acreditamos que a votação de hoje (...) mostra claramente quem é a favor de uma trégua deste bombardeamento indiscriminado e da prestação de assistência humanitária", acrescentou Nebenzya, criticando "interesses puramente egoístas e interesses políticos" do ocidente.
Além de um cessar-fogo humanitário, o projeto russo pedia também a libertação de todos os reféns, o acesso à ajuda e uma retirada segura dos civis.
Apesar de ter sido rejeitado, 25 países concordaram em copatrocinar o texto russo, incluindo numerosos Estados árabes ou muçulmanos, como o Paquistão, a Turquia ou o Egito.
Até ao momento, o órgão mais poderoso da ONU, responsável por manter a paz e a segurança internacionais, não conseguiu tomar uma posição sobre o ataque do Hamas ou sobre a brutal resposta de Israel, com ataques aéreos que mataram 2.750 palestinianos e um cerco a Gaza.
Estava também prevista para a noite de segunda-feira a votação de um projeto de resolução concorrente, da autoria do Brasil, que apelava a "pausas humanitárias" para permitir o acesso humanitário sem entraves a Gaza e que rejeitava e condenava "inequivocamente os hediondos ataques terroristas do Hamas". Contudo, o texto acabou por não ir a votos.
Para ser adotada, uma resolução exige a aprovação de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho, sem qualquer veto de um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China).
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é esperado em Israel na quarta-feira, antes de viajar para a Jordânia, para se encontrar com líderes árabes, anunciou o secretário de Estado, Antony Blinken.
No final da visita a Israel, Joe Biden desloca-se a Amã, na Jordânia, para se encontrar com o rei Abdullah II, o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, e o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, informou um porta-voz da Casa Branca.
O presidente "irá reiterar a nossa convicção de que o Hamas não representa a grande maioria do povo palestiniano, que também é vítima", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.