O presidente da França, François Hollande, disse, esta quinta-feira, que se deve fazer "tudo" para travar a violência na Síria, declarando que a solução política no país acontecerá quando a oposição for capaz de aparecer como uma força alternativa.
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"A França dará a sua ajuda política, como já fazemos há vários meses, mas também dará a sua ajuda humanitária e material e utilizará igualmente o apoio nos países do Golfo", sublinhou François Hollande.
O presidente francês reuniu-se esta quinta-feira, por 45 minutos, com o chefe da Coligação Nacional Síria, Ahmad Jarba.
Hollande disse que para que a oposição síria apareça como uma alternativa deve contar com a força necessária, "principalmente por parte do exército".
O presidente francês disse que está ciente "do sofrimento e da dor do povo sírio", sublinhado a necessidade de alcançar uma solução política e travar a escalada de violência no país.
Ahmad Jabar pediu que o ataque da semana passada na periferia de Damasco não fique sem punição. "É necessário uma força internacional, das Nações Unidas, organizada pelos amigos da Síria", disse Jabar, que se dirigiu aos seus compatriotas para lhes dizer que esse crime "não ficará impune e a máquina mortal do regime de Bashar al-Assad será castigada".
"Condenamos as armas químicas, em todas as suas formas", acrescentou o líder da oposição síria, agradecendo o apoio da França.
Entretanto, Hollande não fez menção a um aumento "de apoio militar à Coligação Nacional Síria", como havia anunciado na terça-feira.
No Conselho de Segurança da ONU, Rússia e China continuam a rejeitar a opção de uma intervenção militar na Síria, como defendem os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
As ameaças contra a Síria, por parte destes países aconteceram depois de ter sido denunciado, no passado dia 21, o alegado uso de armas químicas pelo regime do Presidente Bashar al-Assad sobre a população civil síria, na periferia de Damasco.
O bombardeamento terá feito mais de 300 vítimas segundo organizações não-governamentais, enquanto a oposição fala em 1.300 mortos.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, já morreram mais de 100 mil pessoas e quase sete milhões necessitam urgentemente de ajuda humanitária, segundo os últimos números das Nações Unidas.