A associação Human Rights Watch exigiu na terça-feira que as autoridades angolanas "investiguem devidamente" o assassínio de um ativista da oposição por membros da guarda presidencial, em Luanda, no passado dia 23.
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Esta organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos também reclamou a investigação às "detenções arbitrárias" e um alegado uso excessivo de força para dispersar um protesto promovido por um partido da oposição nesse dia, bem como maus-tratos a um defensor dos direitos humanos.
A ONG lembrou que em 22 de novembro passado, citando razões de segurança, o Ministério do Interior proibiu uma ação de protesto convocada, no dia 15, pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) para o dia 23.
Esta ação visava pedir justiça para dois ex-militares, organizadores de protestos antigovernamentais, António Alves Kamulingue e Isaías Cassule, que tinham sido raptados em maio de 2012 e que "um documento interno do Governo, revelado recentemente, diz que foram torturados e mortos por forças de segurança angolanas".
O subdiretor da ONG para África, Leslie Lefkow, citado no comunicado, considerou que "a morte de um ativista pelo Governo, as detenções massivas e a dispersão de protestos pacíficos com gás lacrimogénio apenas aumentam o descontentamento público".
No dia do protesto, acrescenta também o texto da Human Rights Watch, "a polícia deteve centenas de ativistas da oposição, incluindo um membro do parlamento, da coligação Convergência Ampla para a Salvação de Angola -- Coligação Eleitoral (CASA-CE), e outros líderes".
A ONG especificou ainda que, "em Luanda, guardas presidenciais detiveram ativistas da coligação oposicionista, que estavam a colar cartazes nas paredes, e alvejaram e mataram o ativista Manuel de Carvalho, de 28 anos, conhecido como 'Ganga'".
Referindo-se a este caso, Lefkow afirmou que "não há justificação para matar um homem desarmado, que está sob custódia", acrescentando que "o Presidente deve investigar devidamente a sua guarda por esta morte e levar os responsáveis à justiça, oficiais incluídos".