O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria defendeu, esta quinta-feira, na Assembleia Geral da ONU a posição de Budapeste, assente no lema "nem guerra, nem migração, nem género", perante um mundo que classificou no pior nível de segurança desde 1945.
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"O enfoque da Hungria hoje perante os grandes desafios do mundo é o seguinte: nem guerra, nem migração, nem género", declarou Peter Szijjarto, num discurso em que alertou para ameaças como a propagação do extremismo, conflitos étnicos e a degradação da segurança global.
O chefe da diplomacia húngara manifestou-se a favor da "conectividade" entre países, citando França, Alemanha, Rússia e China, em nome de "uma cooperação civilizada entre o leste e o oeste".
Como prioridade, destacou a necessidade de alcançar a paz na Ucrânia, lembrando que a Hungria tem "sofrido diariamente as consequências desta guerra" com a chegada de 1,3 milhões de refugiados e uma inflação que disparou os preços da energia.
"Temos de trabalhar todos os dias para ficar à margem da guerra, apesar das tentativas de nos arrastarem para ela", afirmou, denunciando "ataques políticos, acusações e estigmatização" contra a posição do seu país.
Szijjarto atribuiu essas críticas a "países europeus", apontando a União Europeia e acusando Bruxelas de ter seguido "uma estratégia fracassada". O ministro considerou que o regime de sanções "não cumpriu as expetativas e causou mais danos à economia europeia do que à russa", ao mesmo tempo que "centenas de milhares de milhões de euros chegaram à Ucrânia em dinheiro e em armas".
"Se tivessem apoiado conversações de paz, poderiam ter salvado a vida de milhares de pessoas e evitado ondas de refugiados e destruição", disse, elogiando o papel do presidente norte-americano, Donald Trump, a quem chamou "a única esperança para conseguir a paz na Ucrânia", apesar de críticas de líderes europeus.
O governante reafirmou também a rejeição da política migratória europeia, defendendo o encerramento das fronteiras após a entrada de "400 mil imigrantes ilegais, pessoas agressivas" que, segundo disse, entraram no país "à força, recusando cooperar" com as autoridades.
"Preferimos pagar um milhão de euros por dia a não permitir a entrada de imigrantes ilegais no nosso país, do que alterar essa estratégia", declarou.
Na sua intervenção, identificou ainda como ameaça "uma corrente liberal extrema que ataca a família", sublinhando a política fiscal do Governo em apoio às famílias e rejeitando qualquer estrutura que não seja composta por um pai e uma mãe de sexo biológico.
"O nosso objetivo é tornar a Hungria grande outra vez", concluiu, apropriando-se do lema político com que Donald Trump chegou à Casa Branca.