O presidente finlandês, Alexander Stubb, acusou a Hungria e a Eslováquia de alimentarem a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos, durante uma visita à Ucrânia, ecoando críticas de Kiev.
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O presidente norte-americano, Donald Trump, disse no início de setembro estar "muito insatisfeito" com as compras de petróleo russo por países da Europa durante uma conversa telefónica com líderes europeus, segundo o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Penso que o presidente Trump tem razão quando diz que a Europa deve parar de comprar petróleo e gás russos. Dois países são apontados: a Hungria e a Eslováquia", afirmou Stubb numa conferência de imprensa conjunta com Zelensky.
"Estamos a garantir que o presidente Trump saiba quem está a alimentar a máquina de guerra russa ao comprar energia russa", acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Após o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a União Europeia (UE) proibiu a maioria das importações de petróleo proveniente da Rússia.
Mas a Hungria e a Eslováquia, ambos membros da UE, beneficiam de uma isenção para continuar a importar petróleo russo através do oleoduto Droujba, que foi alvo de vários ataques ucranianos nas últimas semanas.
Zelensky pediu na sexta-feira ao primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, muito crítico em relação à Ucrânia, que parasse de comprar petróleo e gás russo, oferecendo em troca o fornecimento desses combustíveis fósseis.
Os governos húngaro e eslovaco são conhecidos pelas políticas conciliatórias em relação à Rússia e pelas críticas severas a Zelensky, contrariamente à posição da UE.
Face às sanções da UE, a Rússia redirecionou parte das vendas de petróleo e gás para outros parceiros, como a Índia, a China e a Turquia.
Moscovo continua a vender quantidades significativas de gás natural liquefeito (GNL) aos países da UE, nomeadamente à França.
A França e a Alemanha propuseram visar o petróleo russo no próximo pacote de sanções em preparação contra Moscovo, o 19.º até à data.