"O último revolucionário", "o último ícone do século XX", mas também fotos de cubanos a comemorar em Miami, nos Estados Unidos, marcam os títulos da imprensa online europeia e norte-americana face à morte de Fidel Castro.
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Morto aos 90 anos na noite de sexta-feira, o líder histórico de Cuba é lembrado num texto do norte-americano New York Times como aquele que "trouxe a Guerra Fria ao hemisfério ocidental, atormentando 11 presidentes" e deixou o mundo "à beira de uma guerra nuclear" a partir de uma pequena ilha das Caraíbas com 11 milhões de habitantes.
O jornal Los Angeles Times escolheu a descrição de "ícone revolucionário" com uma influência para lá do seu país, uma interferência global de que o Miami Herald faz eco. Em várias publicações de Miami, onde vive uma comunidade de dissidentes do regime cubano, multiplicam-se as fotos e vídeos de comemorações pela morte de Fidel, apelidado de ditador, como no Sun Sentinel.
O Washington Post escolheu para título do obituário "ditador cubano morre aos 90 anos" e escreve como se tratava de um dos líderes "mais repressivo do mundo".
No Financial Times lê-se sobre a morte de um "líder guerrilheiro audacioso transformado num autocrata de um partido", enquanto The Wall Street Journal titula a morte do "homem forte de Cuba".
Na Europa, o francês Le Monde notou características de Fidel como "vontade de ferro, excecional capacidade de trabalho" e a "memória prodigiosa", mas também a sua cólera, com o Liberation a indicar como Fidel ficará como um símbolo.
No Reino Unido, o jornal Guardian refere que o cubano, apesar das opiniões diversas, será uma "personalidade extraordinária que vai marcar a história", já o The Times recorda como "inspirou insurreições pelo globo" e "sobreviveu ao declínio global do comunismo".
O espanhol El País informou ter morrido o "último revolucionário" que exerceu o poder absoluto em Cuba durante 47 anos, uma fra enquanto La Vanguardia escolheu a frase "morre Fidel Castro, o último ícone do século XX" e o El Mundo a definição de "o último comandante".
O antigo presidente de Cuba morreu na noite de sexta-feira, aos 90 anos, às 22:29 (03:29 de sábado em Lisboa).
Através de um breve comunicado, o Conselho de Estado cubano decretou "nove dias de luto nacional", desde hoje até ao dia 04 de dezembro, domingo e acrescentou que "todas as atividades e espetáculos públicos" serão interrompidos.
As cerimónias fúnebres vão realizar-se a 04 de dezembro, em Santiago de Cuba, no sul do país.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse não estar ainda definida a forma como Portugal se fará representar no funeral de Fidel Castro.