A imprensa internacional destaca, esta segunda-feira, a vitória "histórica" de Angela Merkel nas eleições de domingo, com vários jornais a considerar que o resultado confirma o apoio alemão às suas políticas europeias.
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Uma análise que, no caso do "Wall Street Journal", recorda que a zona euro volta-se novamente para o combate à crise, com Portugal a surgir no topo dos "problemas urgentes".
Agora que as eleições alemãs terminaram, a zona euro precisa de voltar ao combate à crise" e "no topo da lista de problemas urgentes está o que fazer em relação a Portugal", lê-se na notícia com o título "Portugal pode estar a cozinhar uma tempestade", divulgada pela edição digital do diário.
O inglês "The Guardian", por seu lado, relembra que as "dimensões históricas das eleições ficaram claras" e que Merkel está a caminho de ultrapassar Thatcher como uma das mulheres que governou mais tempo.
Merkel, escreve o jornal, "inverteu a tendência tornando-se o único líder da zona euro, da esquerda ou da direita, a ser reeleita apesar da crise económica", sendo que em 17 países da zona euro 12 governos caíram, "indicando o quanto protegidos da crise se sentem os alemães sob a liderança da chanceler".
O "Financial Times", por seu lado, aponta já aos passos seguintes, com expectativas de que Merkel procurará uma "grande coligação" com o SPD depois de um resultado que representa uma "vitória pessoal notável da chanceler" que deu ao seu partido o melhor resultado em 20 anos.
"O resultado é visto como um triunfo pessoal particular para Merkel, e um apoio declarado à sua gestão cautelosa da crise da zona do euro, bem como da economia nacional", refere, citando especialistas que consideram que "a Europa fez decidir estas eleições".
Na sua análise do resultado, o jornal alemão "Die Zeit" considera que "mais do que 40% não é uma vitória eleitoral, é uma demonstração de poder".
"A queridinha da Alemanha" é o título do diário "Berliner Monrgenpost", acompanhado de uma fotografia de Angela Merkel sorridente, depois de ter conquistado 41,5% dos votos, de acordo com resultados oficiais provisórios.
O partido conservador CDU "deve o seu sucesso, antes de mais nada, à forte popularidade da chanceler", sublinha o jornal.
Já o "Handelsblatt", jornal do mundo empresarial, vê nesta vitória uma consequência direta da política europeia dos últimos anos. "A estratégia de dar (assistência aos países europeus) apelou aos eleitores alemães".
O diário conservador "Die Welt" evoca o "triunfo de Merkel" e chega ao ponto de dizer que a chanceler ganhou "sem o seu partido". "Se ela agrada tanto aos alemães é porque faz o seu trabalho discretamente, aparentemente sem nenhum narcisismo e não incomoda nem perturba os cidadãos", refere.
Na Austrália, o assunto também é destacado na imprensa com o "Sydney Morning Herald" a destacar o "apoio esmagador" dos alemães à política de Angela Merkel para a Europa.
Também os principais diários espanhóis destacam, esta segunda-feira, a vitória histórica da chanceler alemã Angela Merkel nas eleições de domingo, levando a CDU ao seu melhor resultado em décadas.
O "El País" titula "Merkel toca a maioria absoluta" para sublinhar que o resultado eleitoral da chanceler é "sem precedentes desde 1957".
Por outro lado, fala num "fracasso" dos seus parceiros liberais e o facto dos eurocéticos que ficam fora do parlamento.
Já o "El Mundo" destaca na primeira página a vitória da chanceler com o título "Merkel, Merkel über alles", num jogo de palavras com a primeira estrofe do hino alemão e escreve que a líder do Governo germânico "superou todos os seus adversários" e se transformou "no primeiro líder a sair reforçado da crise económica da Europa".
Num editorial intitulado "Merkel entra na história com a sua terceira vitória", o "El Mundo" acrescenta não ter dúvidas de que a "chave do êxito (da chanceler) foi o crescimento sustentado da economia alemã (...) aliado à imagem de austeridade e eficácia com que conquistou os alemães".
A edição digital do diário "La Vanguardia" destaca, por sua vez, que a CDU obteve o seu "melhor resultado" em vinte anos e refere na sua análise o "estilo de liderança de Merkel" não tanto pelo que construiu nem pelos erros, mas pelas "coisas que impediu que acontecessem" como na "crise do euro" quando "não deixou cair a Grécia", nem os restantes países.