Serviços de emergência continuam trabalho de busca de desaparecidos. Autoridades ainda não sabem o que esteve na origem do fogo que destruiu totalmente um dos espaços.
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O incêndio, que deflagrou na madrugada de domingo na discoteca La Fonda, em Múrcia, e se estendeu aos dois estabelecimentos noturnos ao lado, tirou a vida a pelo menos 13 pessoas e deixou outras quatro feridas. As autoridades espanholas estão a investigar as causas do fogo, enquanto continuam em busca dos 15 desaparecidos, pelo que não descartam a possibilidade de o número de óbitos aumentar no decorrer das operações.
Às 6 horas locais, as chamas começaram a consumir a discoteca La Fonda (onde foram encontradas quase todas as vítimas mortais), tendo-se alastrado, em poucos minutos, para o espaço Teatre e, posteriormente, para o Golden. Os bombeiros só controlaram o fogo duas horas após o pedido de socorro, não conseguindo evitar o cenário trágico. Perderam-se pelo menos 13 vidas e o número pode aumentar à medida que os serviços de emergência prolongam a operação de busca. A tarefa de localizar mais vítimas está, no entanto, a ser dificultada pelo estado em que os estabelecimentos ficaram após o incêndio de grande dimensão.
Várias imagens mostram a discoteca La Fonda destruída, sendo o local onde se regista “a maior parte dos danos, incluindo estragos significativos que causaram o colapso da estrutura superior do estabelecimento”, explicou o porta-voz da Polícia Nacional de Múrcia, Diego Seral, em declarações ao jornal espanhol “El País”, acrescentando que os trabalhos de estabilização dos edifícios vão continuar na próxima semana. Já a investigação para apurar as causas do incêndio deverá prolongar-se ao longo de vários meses, adiantou o responsável, sem apontar qualquer hipótese.
Sánchez expressa apoio
A tarefa de identificar os corpos está a cargo da Brigada de Polícia Científica, que vai comparar os restos mortais das vítimas com amostras biológicas com o ADN dos seus familiares, explicou ao diário espanhol o autarca de Múrcia, José Ballesta.
Além das vítimas mortais, quatro pessoas, duas mulheres, de 22 e 25 anos, e dois homens, de 41 e 45 anos, ficaram feridas e tiveram de ser encaminhadas para o hospital local devido à excessiva inalação de fumo.
O presidente da Câmara decretou três dias de luto e ordenou a criação de uma unidade de acolhimento para os familiares das vítimas. Também os bares e restaurantes locais decidiram manter as portas fechadas, pelo menos durante o dia de ontem.
Pedro Sánchez, primeiro-ministro de Espanha, também deixou uma mensagem de apoio aos enlutados. “O meu carinho e solidariedade para as vítimas e familiares do trágico incêndio ocorrido em Múrcia”, escreveu na rede social X.
Tragédias em discotecas
Janeiro de 1990
O incêndio em Múrcia é o mais mortal registado num local de diversão noturna em Espanha desde a tragédia vivida a 14 de janeiro de 1990, na discoteca Flying, em Saragoça, onde morreram 43 pessoas.
Dezembro de 1983
A maior tragédia numa discoteca espanhola ocorreu em Madrid, a 17 de dezembro de 1983, quando um incêndio deflagrou atrás das cortinas do palco do espaço Alcalá 20, matando 81 pessoas, a maioria jovens.