A Linha de Controlo, que divide a disputada região da Caxemira entre Índia e Paquistão, foi palco de mais uma noite de troca de tiros, de acordo com as autoridades indianas. Cinco civis, incluindo uma menina, foram mortos no lado paquistanês.
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“As forças armadas indianas responderam adequadamente aos disparos não provocados do exército paquistanês ao longo da linha de demarcação”, escreveu o exército da Índia, na rede social X.
Várias casas foram danificadas em diferentes zonas da região, de acordo com a agência de notícias indiana PTI.
"Durante a noite, as forças indianas dispararam contra áreas civis, matando quatro pessoas, incluindo uma menina de dois anos, e ferindo outras 12", disse à agência AFP Adeel Khan, um policial em Kotli, na Caxemira paquistanesa.
"O bombardeamento continuou até tarde na noite. Em resposta, o exército paquistanês lançou um contra-ataque intenso e teve como alvo três postos indianos ao longo da Linha de Controlo", a fronteira que de facto separa a disputada região da Caxemira entre a Índia e o Paquistão.
Uma fonte do governo local confirmou o número de mortos em Kotli.
A troca de tiros ocorre um dia depois de a Índia denunciar um ataque aéreo paquistanês contra vários postos militares na Caxemira indiana, que incluiu o uso de mísseis e drones, e que Nova Deli disse ter sido repelido sem vítimas.
O Paquistão negou ter realizado o ataque e descreveu a acusação indiana como “notícias falsas”, destinadas a justificar a “agressão flagrante”, disseram à agência de notícias espanhola EFE fontes do exército paquistanês, que pediram para não serem identificadas.
Durante a noite, várias cidades indianas reagiram com cortes de eletricidade para garantir que todas as luzes estavam desligadas, em caso de novos ataques paquistaneses. Foi o caso de Srinagar, a principal cidade da Caxemira indiana.
As tensões bilaterais aumentaram na sequência dos ataques aéreos indianos de 7 de maio contra alvos em território paquistanês, que Islamabade afirma terem matado 31 civis e ferido outros 57.
Nova Deli diz que os bombardeamentos visaram infraestruturas terroristas em retaliação pelo ataque de 22 de abril na Caxemira indiana, que matou 26 pessoas, na maioria turistas indianos.
Os dois países, que reivindicam a totalidade da região de Caxemira, têm estado em conflito desde a independência, em 1947.
Há semanas que a Índia e o Paquistão se acusam mutuamente de agressão, num conflito que que preocupa também a comunidade internacional, com o risco de um confronto aberto entre duas potências nucleares.