A irmã do rei de Espanha, a infanta Cristina, vai ser julgada por um tribunal de Palma de Maiorca por cumplicidade nos crimes fiscais cometidos pelo seu marido, Iñaki Urdangarin. É a primeira vez que um membro da família real se vai sentar no banco dos réus.
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O juiz José Castro decidiu, esta segunda-feira, incluir a infanta Cristina entre os acusados de fraude fiscal no auto de abertura do julgamento.
Contra os argumentos da defesa da irmã do rei, da autoridade tributária espanhola e do procurador público, José Castro considerou que a acusação que dirige está legitimada para julgar isoladamente a infanta Cristina, que arrisca assim uma pena até oito anos de prisão.
O juiz de instrução do processo, que fixou para a infanta uma caução de 2,6 milhões de euros, deixou fora da lista dos 20 acusados o vice-presidente da Câmara de Valência Alfonso Grau e os ex-dirigentes da iniciativa Madrid 2016 Miguel de la Villa e Gerardo Corral.
O procurador anticorrupção espanhol Pedro Horrach pediu 19 anos e seis meses de prisão para Iñaki Urdangarin, cunhado do rei de Espanha Felipe VI, no âmbito do caso Nóos.
Horrach exigiu ainda o pagamento de 3,5 milhões de euros pelo desvio de fundos públicos em vários alegados delitos de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
No documento oficial, de 576 páginas, que entregou ao juiz José Castro, o procurador solicitou que sejam julgadas, no caso Nóos, 14 pessoas.