O Irão vai retaliar contra qualquer ataque, avisou o chefe dos Guardas da Revolução, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado Teerão por apoiar os rebeldes Huthis no Iémen.
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“O Irão não procura a guerra, mas se alguém o ameaçar, dará respostas adequadas, resolutas e definitivas” a qualquer ataque, garantiu o general Hossein Salami à televisão estatal.
Horas antes, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, afirmou que os Estados Unidos “não têm direito de ditar” a política externa do Irão, declarações feitas após os ataques norte-americanos contra os Huthis, que provocaram pelo menos 31 mortos e 101 feridos, segundo o Ministério da Saúde dos rebeldes.
“O Governo norte-americano não tem autoridade nem direito de ditar a política externa do Irão”, escreveu Abbas Araghchi na rede social X, apelando ao "fim da matança do povo iemenita".
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que ordenou no sábado ataques aéreos à capital do Iémen, Sanaa, e prometeu usar uma “força letal esmagadora” até que os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, deixem de atacar navios num corredor marítimo vital.
“Os nossos corajosos combatentes estão neste momento a levar a cabo ataques aéreos contra as bases, os líderes e as defesas antimísseis dos terroristas para proteger a navegação, os meios aéreos e navais americanos e para restaurar a liberdade de navegação”, afirmou Donald Trump numa publicação nas redes sociais.
“Nenhuma força terrorista impedirá as embarcações comerciais e navais americanas de navegarem livremente pelas vias navegáveis do mundo”, frisou.
Trump também deixou uma mensagem ao Irão: “Não ameacem o povo norte-americano, o seu presidente (...) ou as rotas marítimas do mundo. E se o fizerem, tenham cuidado, porque a América vai atribuir-vos toda a responsabilidade e não vos faremos nenhum favor”.
Os ataques aéreos ocorrem alguns dias depois de os Huthis terem dito que iriam retomar os ataques a navios israelitas que navegam nas águas ao largo do Iémen, em resposta ao bloqueio de Israel a Gaza. Desde então, não se registaram ataques dos Huthis.
Os Huthis fazem parte do que o Irão chama o “eixo de resistência” a Israel, que inclui ainda o movimento islamita palestiniano Hamas e o Hezbollah libanês.