Os ocidentais não têm "qualquer prova concreta" da existência de um programa nuclear militar no Irão, afirmou, esta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Akbar Salehi.
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"Não há qualquer prova concreta de o Irão estar à beira a fabricar uma ogiva nuclear", disse Ali Akba Salehi, durante uma conferência de imprensa em Yerevan, capital da Arménia.
O ministro iraniano respondia a uma questão sobre o relatório que vai ser divulgado, esta semana, pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) sobre o programa nuclear do Irão.
Fontes diplomáticas ocidentais disseram à cadeia de televisão norte-americana CNN que o relatório da AIEA indica que o Irão conseguiu "dominar os passos críticos necessários para desenhar e construir uma arma nuclear".
O relatório, segundo as mesmas fontes, realça que o programa nuclear do Irão é "mais ambicioso e estruturado" do que se pensava e "está focado na construção e ensaio de uma arma nuclear que poderá ser anexada a um míssil de longo alcance".
Não existem, porém, provas de que o Irão tenha tomado a decisão estratégica de começar a construir essa arma, ressalvaram as mesmas fontes.
O relatório da AIEA também revela que o Irão não deteve a investigação nem o desenvolvimento tecnológico do seu programa nuclear em 2003, como pensavam até agora os serviços de inteligência dos Estados Unidos.
"O programa nunca parou realmente", afirmou o director do Instituto de Ciência e Segurança Internacional, David Albright, citado pelo "Washington Post", acrescentando que "desde 2003 que se investiu em investigação em áreas que parecem desde logo estarem dedicadas às armas nucleares, mas estavam ocultas no seio de instituições civis".
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou, na segunda-feira, na sua conferência de imprensa diária, que espera que o relatório da AIEA "apoie as preocupações" já expressadas por Washington, que denuncia há anos as alegadas pretensões militares encobertas do programa iraniano.