Irmão de ativista chinês também foge à prisão domiciliária

Chen Guangfu aproveitou a noite para fugir aos polícias que guardam a sua casa na aldeia de Dongshigu, na província oriental chinesa de Shandong, e viajou para Pequim, tal como o irmão fez no mês passado.

"Ele fugiu de Dongshigu a meio da noite. Há pessoas a vigiá-lo e a controlar os seus movimentos. Não o deixavam sair da aldeia, estava confinado à aldeia", disse Ding Xikui à agência noticiosa France Presse.

Já na capital chinesa, Chen Guangfu encontrou-se com um advogado para discutir o caso do filho, que está detido e enfrenta acusações de tentativa de assassínio, depois de ter atacado um responsável local, que tentava entrar na residência familiar.

Os funcionários locais tentaram entrar na casa de Chen na passada semana, depois de terem descoberto a fuga de Chen Guangcheng, que passou quase dois anos em prisão domiciliária, antes do ativista se ter refugiado na embaixada norte-americana em Pequim, de onde partiu para os Estados Unidos.

Desde a fuga de Chen Guangcheng, nos finais de abril, quase toda a família do ativista tem estado em prisão domiciliária em Dongshigu, tendo o ativista chamado a atenção para os perigos que, em sua opinião, correm os familiares.

Chen Guangcheng, que saiu da prisão em 2010, tendo cumprido quatro anos, por denunciar as práticas de abortos forçados e esterilizações maciças ao abrigo da política chinesa do filho único.

Ding recusou divulgar o paradeiro de Chen Guangfu, por recear que as autoridades de Shandong o prendam, apesar de não ser acusado de qualquer crime.

A polícia de Shandong afirmou, a 10 de maio, que tinha detido o filho de Chen Guangfu, Chen Kegui, acusado de homicídio, e que lhe tinham sido atribuídos dois advogados estatais.

No entanto, Ding afirmou que as autoridades impediram Chen Kegui de se encontrar com os advogados que a família Chen escolheu.