Uma semana de bombardeamentos, relatos de terror e fuga, após o ataque do Hamas, no passado sábado, no sul de Israel. Acompanhe aqui os principais acontecimentos da escalada do conflito.
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Bom dia. O acompanhamento minuto a minuto moveu-se para aqui.
O presidente dos EUA, Joe Biden, destacou hoje o "direito à dignidade e à autodeterminação" dos palestinianos e condenou o grupo islamita Hamas, durante uma conversa telefónica com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
"O Hamas não defende o direito do povo palestino à dignidade e à autodeterminação", disse Biden a Mahmoud Abbas, de acordo com um comunicado da Casa Branca divulgado hoje sobre a conversa entre os dois líderes.
No mesmo telefonema, o presidente norte-americano também se comprometeu a fornecer o seu "apoio total" à Autoridade Palestiniana no seus esforços para fornecer ajuda humanitária aos civis na Faixa de Gaza.
O porta-aviões norte-americano USS Eisenhower vai deslocar-se para o Mediterrâneo oriental para se juntar ao grupo de ataque de porta-aviões USS Gerald R Ford, que chegou ao local no início desta semana, informaram reponsáveis dos EUA à "ABC News".
A presença do grupo de ataque do USS Ford no Mediterrâneo Oriental destina-se a dissuadir o Irão e o Hezbollah de se envolverem na guerra de Israel em Gaza, afirmaram as autoridades americanas esta semana.
"Estes aumentos de postura pretendem ser uma demonstração inequívoca, em actos e não apenas em palavras, do apoio dos EUA à defesa de Israel e servir de sinal de dissuasão para o Irão, o Hezbollah libanês e qualquer outro representante na região que possa estar a pensar em explorar a situação atual para fazer escalar o conflito", afirmou um alto funcionário da defesa dos EUA.
"Esses adversários devem pensar duas vezes".
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF na sigla em inglês) anunciou que operacionais do Hamas foram vistos a sair de um túnel em Gaza. O túnel foi atacado por um avião das IDF, matando os operacionais.
Foi também noticiado, de acordo com o "Haaretz", que as IDF atacaram outros locais na Faixa de Gaza, principalmente nos bairros de Jabaliya, Zeytun, Al-Furqan e Beit Hanoun.
A agência noticiosa estatal da Síria SANA informou ainda que "a agressão israelita" teve outro alvo: o aeroporto sírio de Alepo. "As consequências da agressão contra o aeroporto de Aleppo estão a ser avaliadas neste momento", afirmou a agência, citada pelo "Al Jazeera", sem dar mais pormenores.
A declaração surge depois de Israel ter dito que respondeu ao fogo de artilharia após o lançamento de rockets da Síria.
O Ministério da Defesa da Síria afirmou que o ataque colocou o aeroporto fora de serviço.
"O inimigo israelita efectuou um ataque aéreo a partir da direção do Mar Mediterrâneo, a oeste de Latakia, tendo como alvo o Aeroporto Internacional de Alepo, o que provocou danos materiais no aeroporto e o deixou fora de serviço", afirmou o ministério.
Fontes afirmaram à agência noticiosa Reuters que os ataques aos aeroportos se destinam a interromper as linhas de abastecimento iranianas à Síria.
O diretor do programa de Gaza da Medical Aid for Palestinians afirma, segundo do "Al Jazeera", que as ambulâncias em Gaza estão a ser alvo de ataques aéreos israelitas.
"Por vezes, as ambulâncias não podem deslocar-se imediatamente para o local porque há perda de comunicação e não se sabe se vão ser alvo de ataques ou não", contou Mahmoud Shalabi.
"Morrer durante este período é melhor do que ser ferido, porque o tratamento vai ser adiado. Por isso, na verdade, é mais misericordioso do que ser ferido durante estes ataques", lamentou.
Para além de trabalharem 24 horas por dia para tratar os feridos, os médicos do Hospital Al Awada, em Gaza, decidiram não sair da cidade. "Decidimos não partir", relata a médica Nisreen al-Shorafa. "Não temos forma de saber se vamos ser bombardeados ou não. Temos toda a razão em cumprir o nosso dever. Como médicos, como enfermeiros, todos nós precisamos de nos unir em momentos como este".
O Ministério da Saúde de Gaza anunciou que cerca de 300 pessoas foram mortas no último dia, o maior número de mortos num único dia desde o início da guerra, de acordo com o jornal "Haaretz".
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, encontrou-se com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, na capital do Qatar, Doha, segundo o "Al Jazeera Arabic".
Nos últimos anos, o Qatar assumiu o papel de mediador regional com o Ocidente.
Amir-Abdollahian chegou a Doha no sábado, depois de se ter reunido com aliados em deslocações ao Iraque, à Síria e ao Líbano, incluindo com o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
Umas horas antes, em Beirute, Amir-Abdollahian discutiu a situação em Gaza com Saleh Arouri, o mais alto responsável do Hamas, e com Ziad Nakhaleh, o líder do grupo palestiniano Jihad Islâmica, segundo a televisão "Al-Manar" do Hezbollah.
Israel enfrenta a ameaça de um confronto na fronteira norte com o Líbano e, nos últimos dias, registaram-se trocas de artilharia com o Hezbollah.
As autoridades israelitas indicam que será dado mais tempo aos civis palestinianos para abandonarem o norte de Gaza antes de uma ofensiva terrestre em grande escala.
"Prolongámos mais uma vez o prazo porque nos apercebemos de que há uma grande quantidade de pessoas que precisam de sair. Continuamos a encorajar a população do norte da Faixa de Gaza e da cidade de Gaza a ir para o sul e sair do perigo", afirmou o porta-voz militar de Israel, tenente-coronel Peter Lerner.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lior Haiat, afirmou que Israel não está a exigir que os palestinianos abandonem Gaza, mas apenas que saiam do norte.
"Demos-lhes [aos civis] tempo para o fazerem e continuaremos a dar tempo aos civis para abandonarem os locais que pensamos que o Hamas está a utilizar para as suas infra-estruturas terroristas", afirmou Haiat.
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, manteve telefonemas com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, informaram os gabinetes de ambos os líderes.
O gabinete de Netanyahu disse a Biden que são necessárias "unidade e determinação" para atingir os objectivos de combate contra o Hamas, segundo o jornal "Al Jazeera".
O gabinete de Abbas afirmou que o líder palestiniano disse a Biden que rejeita a deslocação dos palestinianos de Gaza.
A Casa Branca divulgou imagens de Biden, com o presidente dos EUA a dirigir-se às famílias dos cidadãos americanos detidos em Gaza. "Dei-lhes a minha palavra: não nos vamos afastar deles", disse Biden.
No vídeo, Biden afirma que "não há prioridade maior. Sei que as pessoas entram em contacto convosco e dizem que têm uma ideia de como é".
A artilharia israelita atacou hoje à noite a Síria, após terem soado alertas aéreos na parte dos montes Golãs anexada por Israel em 1967, anunciou o Exército israelita.
"Na sequência de um primeiro relato de sirenes que soaram nas comunidades de Avnei Eitan e Alma, a artilharia [israelita] está atualmente a atacar a origem dos disparos na Síria", declarou o Exército em comunicado.
Segundo fontes de ambos os lados da fronteira entre a Síria e Israel, grupos armados presentes na província meridional síria de Deraa lançaram hoje pelo menos um 'rocket' para o território de Israel, que respondeu com artilharia e morteiros, no segundo incidente deste tipo ocorrido nos últimos três dias.
O presidente do Conselho Europeu convocou os líderes dos 27 para uma reunião extraordinária, por videoconferência, na terça-feira, para definir uma posição comum sobre o conflito conflito entre Israel e o Hamas. "As cenas trágicas que se desenrolam na Faixa de Gaza, resultantes do cerco e da falta de acesso a necessidades básicas, combinadas com a destruição provocada por bombardeamentos significativos [de Israel], estão a fazer soar o alarme para a comunidade internacional", dá conta uma carta endereçada por Charles Michel aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia.
Por essa razão, o presidente do Conselho convocou "um Conselho Europeu extraordinário, que vai realizar-se por videoconferência na terça-feira", às 17.30 horas locais (16.30 horas em Portugal continental). "É da maior importância que o Conselho Europeu, em linha com os tratados e os nossos valores, estabeleça uma posição comum e uma linha de ação clara e unificada que reflita a complexidade da situação que se desenrola".
Todas as gerações vivas de 45 famílias foram eliminadas do registo civil de Gaza, segundo o Ministério da Saúde.
Pelo menos 2215 palestinianos foram mortos e 8714 ficaram feridos nos ataques aéreos israelitas a Gaza esta semana. Entre os mortos contam-se 720 crianças.
O número de vítimas aumentará significativamente se Israel lançar uma invasão terrestre no território onde habitam cerca de 2,3 milhões de pessoas.
O exército israelita disse hoje ter encontrado, na Faixa de Gaza, cadáveres de reféns do seu país raptados por comandos do Hamas, durante o ataque de 7 de outubro em Israel. "Realizámos alguns ataques na Faixa de Gaza para localizar reféns e sequestrados", afirmou o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz do exército israelita. Durante estes ataques, foram encontrados "cadáveres de israelitas que tinham sido raptados", acrescentou o militar, falando no Ministério dos Negócios Estrangeiros, sem adiantar mais detalhes.
António Costa defendeu hoje que Israel tem o direito de se defender agindo militarmente, mas também tem de o fazer respeitando as populações civis de Gaza. "Israel tem todo o direito a defender-se agindo militarmente sobre o Hamas, mas respeitando as populações civis da Palestina", disse António Costa, no âmbito de uma iniciativa do PS dedicada à apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2024.
No Fórum Europa, organizado pela Juventude Socialista em Alvor, concelho de Portimão, o chefe do Governo acrescentou que "as mulheres, os homens e as crianças que vivem na Faixa de Gaza" têm de ver assegurado "o seu direito humanitário".
Na sequência dos incessantes ataques aéreos do exército israelita, os hospitais de Gaza debatem-se com uma situação dramática. Sem espaço para acolher mais mortos, os cadáveres estão a ser armazenados em carrinhas de gelados. Pelo menos 2215 palestinianos foram mortos e 8714 ficaram feridos na Faixa de Gaza desde sábado passado, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
A Arábia Saudita pediu hoje à China que pressione o Conselho de Segurança das Nações Unidas a votar uma resolução de cessar-fogo e se levante "o cerco" à Faixa de Gaza, intensamente bombardeada por Israel e à beira de uma catástrofe humanitária.
O ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Faisal bin Farhan, transmitiu este pedido ao seu homólogo chinês, Wang Yi, através de um telefonema, informou a agência oficial de notícias saudita SPA. A China é membro permanente do Conselho de Segurança. O chefe da diplomacia saudita apelou à China para "trabalhar para garantir que o Conselho de Segurança assuma a sua responsabilidade de manter a paz e a segurança internacionais e pressione pela cessação imediata das operações militares e pelo levantamento do cerco a Gaza", segundo a mesma nota de informação.
Bin Farhan destacou "a importância do Conselho para implementar decisões sobre a causa palestina", particularmente aquelas que estabelecem uma solução "justa, abrangente e sustentável".
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou hoje que se registaram 189 atos antissemitas em França desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, a 7 de outubro. "Foram registados 189 atos antissemitas desde sábado passado e também 2.449 denúncias na plataforma Pharos relacionadas com a apologia do terrorismo ou comentários antissemitas na Internet", declarou Darmanin em conferência de imprensa.
Entretanto, aumentou o número de cidadãos franceses mortos nos ataques do Hamas a Israel, cifrando-se atualmente em 17 mortos e 15 desaparecidos, indicou o gabinete da ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, acabada de regressar de Telavive.
O hospital Ahli, em Gaza, foi atingido por ataques israelitas e sofreu danos, de acordo com a Diocese Episcopal de Jerusalém, responsável pela sua gestão.
"Dois andares ficaram parcialmente danificados e quatro pessoas ficaram feridas. As salas de ultrassom e de mamografia foram danificadas", afirmou o Arcebispo Hosam Naoum numa publicação no Facebook.
Pouco tempo antes, rockets disparados de Gaza atingiram as cidades israelitas Ashkelon e Bat Yam. Não foram registados quaisquer feridos.
Ashkelon situa-se ao longo da costa de Israel, a cerca de 12 quilómetros a norte de Gaza. Bat Yam situa-se a sul de Telavive.
Entretanto, o presidente do partido Yisrael Beiteinu, Avigdor Lieberman, afirmou que não concordou em integrar o governo de emergência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, apesar de os responsáveis do Likud terem feito o anúncio.
Cerca de uma centena de manifestantes com lenços tradicionais da Palestina - kufiya - concentraram-se este sábado em frente à antiga Cadeia da Relação, no Porto, pela libertação da Palestina com bandeiras do país e cartazes a dizer "Palestina Free". Leia mais aqui
O ministro israelita Gideon Sa'ar afirmou, numa entrevista ao "Channel 12 News", que a Faixa de Gaza "deve ser mais pequena no final da guerra" e que "deve haver uma área classificada como zona de segurança onde quem entra é intercetado".
Sa'ar acrescentou ainda, de acordo com o jornal "Haaretz", que Israel está em guerra com o Irão e que, em primeiro lugar, tem de destruir as capacidades militares do Hamas. "Eles têm de pagar o preço das perdas", realçou, referindo-se ao ataque do grupo terrorista ao festival de música eletrónica, no sábado. "Quem começar uma guerra contra Israel tem de perder território", atirou Sa'ar.
As autoridades israelitas anunciaram este sábado que pelo menos 279 soldados foram mortos desde o ataque surpresa do Hamas no sábado e que pelo menos 126 israelitas foram raptados. Na quinta-feira, o parlamento de Israel aprovou um Governo de emergência para gerir o país durante o conflito, com a inclusão de cinco deputados da oposição, liderados por Benny Gantz, no executivo de Benjamin Netanyahu. O antigo ministro da Defesa Avigdor Lieberman vai integrar agora o governo.
Criado em 1987, o movimento islâmico alcançou a liderança da Faixa de Gaza e, nos últimos anos, espoletou diversos conflitos contra Israel. A guerra travada na última semana pode ser o fim da linha para o grupo que conta com milhares de militantes e recebe apoio de diversos países.
Os militares israelitas estão a "preparar-se para expandir o ataque" em Gaza, avançando para a incursão terrestre prometida no enclave. Em comunicado, citado pelo canal de televisão internacional "Al Jazeera", o exército israelita garante estar a planear várias operações ofensivas, incluindo "ataques coordenados por via aérea, marítima e terrestre”.
Na rede social X (ex-Twitter), um porta-voz das Forças Armadas de Israel anunciou que está em curso um ataque “em larga escala” contra alvos militares do Hamas na Faixa de Gaza.
Mohammed Edwan, palestiniano de 16 anos, não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer este sábado, depois de, no passado domingo, ter sido atingido a tiro pelas forças israelitas em Tulkarem, a noroeste da Cisjordânia, confirmou o Ministério da Saúde.
A relatora especial das Nações Unidas para os Territórios Palestinianos Ocupados alertou hoje para o risco de os palestinianos sofrerem uma "limpeza étnica em massa", maior do que a que aconteceu após a criação do Estado de Israel.
Francesca Albanese acusa tanto o Hamas como as forças de ocupação israelitas de terem cometido "crimes internacionais", numa declaração em que dá especial ênfase ao número de vítimas do lado palestiniano desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, na sequência do ataque de sábado passado cometido pelas milícias do movimento islamita. E denuncia, em particular, "a morte de mais de 600 crianças palestinianas" e de mais de 423 mil pessoas deslocadas "em consequência dos ataques israelitas", num balanço global que, até ao momento, aponta para a morte de mais de 2200 palestinianos e de 1300 israelitas mortos.
Dois civis foram mortos este sábado em bombardeamentos israelitas no sul do Líbano.
Terminou, às 16 horas locais (14 horas em Portugal continental), o prazo prorrogado pelas autoridades israelitas para a retirada da população da Faixa de Gaza, de norte para sul. A janela de seis horas dada pelas Forças de Defesa de Israel às 10 horas locais foi divulgada numa mensagem publicada na rede social X (ex-Twitter), que indicava também aos residentes que se deslocassem em direção ao Vale de Gaza. Não está claro até que ponto as mensagens foram recebidas no terreno, tendo em conta o atual apagão de eletricidade e Internet, aponta a CNN.
O aviso dos militares israelitas acontece um dia depois de terem dito a 1,1 milhões de pessoas que viviam no norte de Gaza para se retirarem das suas casas dentro de um prazo de 24 horas. As forças de Israel saturaram a fronteira com tropas e equipamento militar, numa implacável ofensiva ao território palestiniano ocupado, justificado pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, com os ataques do dia 7 de outubro, passado sábado, levados a cabo pelo braço armado do grupo militante palestiniano Hamas, que controla Gaza desde 2007.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, afirmou ser "dever" do mundo muçulmano apoiar o povo palestiniano e garantiu que os palestinianos "prevalecerão na guerra" contra Israel.
"Todos no mundo muçulmano têm o dever de apoiar o povo palestiniano. Com a graça de Deus, o movimento que começou na Palestina avançará e resultará na vitória completa dos palestinianos", disse Khamenei, na rede social X (antigo Twitter).
Num encontro com o líder do Movimento Islâmico da Nigéria (IMN), Ibrahim El Zakzaky, de visita ao Irão e que passou anos preso nas cadeias nigerianas, o líder religioso iraniano garantiu que a Palestina e Gaza são "um exemplo da força do Islão".
Pelo menos 27 palestinianos foram mortos em bombardeamentos aéreos levados a cabo pelas forças israelitas este sábado, informou o Ministério do Interior de Gaza.
O diretor-executivo da agência das Nações Unidas UNOPS, Jorge Moreira da Silva, considerou que tem "consequências humanitárias catastróficas" a ordem de Israel para se deslocar cerca de um milhão de pessoas para o Sul da Faixa de Gaza.
Num relato ao início da tarde através da rede social Facebook, Moreira da Silva contou que lhe têm chegado relatos "extremamente preocupantes" da sua equipa em Gaza, onde "já não há comida, não há água e não há energia", e que a ordem de Israel para evacuação do Norte da Faixa de Gaza já está a ter consequências catastróficas.
"A evacuação, exigida por Israel, de mais de um milhão de pessoas em Gaza, num prazo de 24 horas - num território que já não tem água, alimentos e energia, e viu as suas frágeis infraestruturas (nomeadamente estradas) destruídas por bombardeamentos na última semana - é não só praticamente impossível como terá - está a ter! - consequências humanitárias catastróficas", afirmou.
Para Moreira da Silva, "o tempo está a esgotar-se" e são precisas ações urgentes, considerando que é urgente que haja condições para que a assistência humanitária chegue a Gaza e que também urge "que todas as partes travem o risco de escalada para outras partes da região".
"O direito internacional humanitário (incluindo as Convenções de Genebra) e os direitos humanos têm de ser respeitados. As próximas horas serão decisivas e as consequências da ação - e da inação - poderão ter repercussões por várias décadas", disse na rede social Facebook.
Israel anunciou a morte de Ali Qadi, comandante da força de elite do Hamas, conhecida como "Nukhba", considerado o principal líder do ataque terrestre de há uma semana no sul do país e que desencadeou o atual conflito.
Num comunicado, e com base em informações fornecidas pelos serviços secretos de Israel (o Shin Beth), o exército israelita indicou que Ali Qadi, um dos principais comandantes do movimento islamita que governa a Faixa de Gaza desde 2007, foi abatido na sequência de um bombardeamento perpetrado por um drone.
Segundo o exército israelita, o comandante da unidade "Nukhba" ("elite" em árabe) do Hamas, movimento considerado terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, já tinha sido preso em 2005 após o rapto e assassínio de civis israelitas e foi libertado como parte de uma troca de prisioneiros em 2011.
Uma fonte do Hamas, contactada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), escusou-se a comentar a alegada morte do comandante e não deu qualquer informação sobre o seu destino. No entanto, o Hamas confirmou tratar-se de um comandante da unidade "Nukhba".
Segundo esta fonte, Qadi, de 37 anos, era natural de Ramallah, na Cisjordânia, e tinha sido expulso para Gaza. coman
A Arábia Saudita suspendeu as conversações sobre uma possível normalização das relações com Israel, numa altura em que Telavive está em guerra contra o Hamas, disse fonte próxima do governo saudita.
Segundo a fonte, que avançou a informação à agência noticiosa France-Presse (AFP), o reino "decidiu suspender as conversações sobre uma eventual normalização com Israel e informou os responsáveis norte-americanos".
A informação surge numa altura em que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, se encontra em Riade no âmbito de uma digressão regional.
O ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu que há "um pequeno número" de portugueses em Gaza e afirmou estar em contacto com Israel e o Egito para que possam deixar a zona.
"Temos a indicação de um pequeno número de portugueses em Gaza, portugueses e familiares não portugueses, mas familiares. Já transmitimos essa informação às autoridades egípcias e israelitas e estamos naturalmente expectantes quanto à possibilidade de saída dessas pessoas de Gaza", disse, em entrevista ao TVI Jornal.
João Gomes Cravinho não precisou o número exato de portugueses que estão em Gaza. "Neste momento, a saída de Gaza depende das autoridades egípcias e israelitas" e Portugal está em contacto, frisou.
Criado em 2007, o Hapoel Jerusalém usa o futebol para promover a tolerância e a inclusão entre judeus e arábes.
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As brigadas Al-Qasam, o braço armado do grupo islamita Hamas, afirmaram este sábado que mais nove reféns, incluindo quatro estrangeiros, foram mortos nas últimas 24 horas por fortes bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza "aos locais onde estavam detidos."
"O Papa, depois de várias tentativas, conseguiu falar com o vice-pároco que está em Gaza, o padre Youssef, e perguntou-lhe como estavam, perguntou pelas muitas crianças, cristãs e muçulmanas, assistidas pelas freiras de Madre Teresa, e garantiu que está a fazer tudo o que é possível por esta situação", explicou Gabriel Romanelli, pároco da Sagrada Família, a única igreja católica da Faixa de Gaza, em declarações ao canal de televisão da Conferência Episcopal Italiana "TV2000".
A paróquia de Gaza acolhe atualmente 130 refugiados e outros estão alojados em estruturas paroquiais vizinhas, disse o pároco.
"Os bombardeamentos são contínuos e pesados", disse o sacerdote, acrescentando que é isso que os paroquianos lhe dizem.
O Exército israelita afirmou "não estar claro" quem disparou contra um grupo de jornalistas no sul do Líbano que cobria um tiroteio entre Israel e milícias libanesas, que provocou a morte de um deles e ferimentos em vários outros.
"Não está claro quem disparou. Lamentamos muito a morte. Estamos a investigar, pois temos imagens e podemos fazer uma análise cruzada. É um acontecimento trágico", disse Richard Hecht, porta-voz do Exército israelita.
Issam Abdallah, que trabalhava para a Reuters, foi morto na sexta-feira quando cobria a situação no sul do Líbano, nos arredores da aldeia de Aalma el-Chaab, e vários outros jornalistas do mesmo grupo, incluindo dois da agência France-Presse (AFP), ficaram feridos.
"Há algumas horas, soldados do Exército israelita identificaram um comando terrorista que tentava entrar em território israelita a partir do Líbano. Um drone atingiu este comando e matou vários terroristas", declarou um porta-voz do Exército israelita em comunicado.
O exército israelita informou a população do norte da Faixa de Gaza que tem até às 16 horas (14 horas em Portugal continental) para se deslocar para sul do enclave ao longo de uma série de estradas específicas.
Na mensagem, Israel garante que essas vias não serão bombardeadas até ao final do prazo.
A informação surge horas depois de Israel ter dado um prazo de 24 horas a 1,1 milhões de pessoas que vivem no norte da faixa, na madrugada de sexta-feira, antecipando uma intensificação dos ataques ao enclave palestiniano.
"Israel deu ao hospital Al Awda apenas duas horas para evacuar. A nossa equipa ainda está a tratar pacientes", realçou a Médicos Sem Fronteiras em comunicado na rede social X (antigo Twitter).
"Condenamos inequivocamente esta ação, o contínuo derramamento de sangue indiscriminado e os ataques aos cuidados de saúde em Gaza. Estamos a tentar proteger o nosso pessoal e os nossos pacientes", acrescentou a organização.
O Exército israelita apelou esta manhã à retirada de civis do norte da Faixa de Gaza, incluindo a cidade de Gaza, e instou-os a deslocarem-se para sul, o que implica a movimentação de mais de 1 milhão de pessoas e sugere uma iminente operação terrestre.
Khan Yunis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, continuam sob intensos bombardementos de Israel, apesar da ordem para a população do norte se retirar para sul.
Palestinianos fazem fila para encher contentores de água em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. Israel impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Muhannad Tutunji, Haitham Abudiab e a equipa árabe da BBC dirigiam-se para um hotel quando o carro foi intercetado, foram arrastados para fora do veículo - marcado com o símbolo da televisão com fita vermelha - revistados e empurrados contra uma parede, informou a própria BBC.
Tutunji e Abudiab defenderam que se identificaram como jornalistas da BBC e mostraram à polícia os cartões de identificação de imprensa.
Enquanto tentava filmar o incidente, Tutunji alegou que o telemóvel foi atirado ao chão e foi atingido no pescoço.
"Uma das nossas equipas árabes da BBC News destacada em Telavive, num veículo claramente identificado como sendo da comunicação social, foi detida e agredida pela polícia israelita ontem [sexta-feira] à noite. Os jornalistas devem poder informar livremente sobre o conflito entre Israel e Gaza", afirmou um porta-voz da BBC.