O dia começa com notícias de mais mortes entre os palestinianos e um apelo dos Médicos Sem Fronteiras par ao fim do que chamam "banho de sangue". O exército de Israel anunciou a expansão da operação terrestre em Gaza. Acompanhe ao minuto.
Corpo do artigo
O Exército israelita acusou o grupo islamita palestiniano Hamas de utilizar os hospitais da Faixa de Gaza para camuflar as suas instalações de comando e planeamento e esconder combustível.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou à imprensa que "o Hamas usa os hospitais de Gaza para manter escondida toda uma infraestrutura de comando e controlo e como refúgio para alguns terroristas e seus comandantes".
Da mesma forma, Hagari afirmou que, de acordo com informações na posse de Israel, "há combustível nos hospitais de Gaza e o Hamas está a utilizá-lo para alimentar a sua infraestrutura".
Seis pessoas ficaram feridas depois de dois drones se terem despenhado no Sinai egípcio, que faz fronteira com Israel e está em guerra com o Hamas palestiniano em Gaza, informou o exército egípcio, enquanto Israel culpou os huthis iemenitas.
"Um drone não identificado despenhou-se hoje nas imediações de um edifício adjacente ao hospital de Taba, uma cidade no Mar Vermelho, no extremo nordeste do Sinai, onde existe um posto fronteiriço com Israel, causando seis feridos ligeiros", disse o seu porta-voz no Facebook.
Ao fim da tarde, o porta-voz acrescentou que se tratava de "dois drones vindos do sul do Mar Vermelho", cuja entrada sul faz fronteira com o Iémen. "Um foi abatido em Taba e o outro foi atingido fora do espaço aéreo egípcio no Golfo de Aqaba", uma cidade jordana próxima de Taba, "e alguns dos destroços caíram numa zona despovoada em Noueiba", mais a sul, acrescentou o porta-voz.
As forças armadas israelitas afirmaram que algumas das tropas já se encontram a combater dentro da Faixa de Gaza, mas recusaram-se a dizer se a operação era o início de uma invasão terrestre em grande escala. Durante dois dias, as tropas israelitas efetuaram pequenas incursões.
"As nossas tropas e tanques estão dentro da Faixa de Gaza. Estão a disparar e a operar", disse o major Nir Dinar, porta-voz militar. "Mas as nossas tropas e tanques também estiveram ontem dentro de Gaza", acrescentou, segundoo "The New York Times"
De acordo com vídeos e imagens partilhados nas redes sociais, a Faixa de Gaza está a ser alvo de fortes bombardeamentos por parte do exército israelita. De acordo com o jornal "AlJazeera", que cita Kenneth Roth, antigo diretor da Human Rights Watch, Israel parece estar a "disparar indiscriminadamente" sobre zonas civis.
"A questão não é apenas 'será que se está a atingir civis?', a questão é também 'será que Israel está a disparar indiscriminadamente contra áreas povoadas por civis?'", alertou Roth. "E quando olhamos para estes bairros que foram bombardeados, dizimados, é certamente isso que parece".
Até agora, com o corte da internet e telecomunicações, diversos grupos que estavam a ajudar os habitantes de Gaza perderam contacto com a cidade. O Crescente Vermelho, os Médicos Sem Fronteiras, o Quaker American Friends Service Committee, o Medical Aid for Palestinians, o ActionAid UK, a UNICEF e a Human Rights Watch já não conseguem contactar os civis em Gaza.
A embaixadora de Portugal junto das Nações Unidas (ONU), Ana Paula Zacarias, saiu na quinta-feira em defesa do secretário-geral da organização, António Guterres, elogiando a sua "incansável defesa de corredores humanitários" em Gaza e apoiando os seus apelos a um cessar-fogo.
Ao justificar o voto favorável de Portugal numa resolução aprovada na Assembleia Geral da ONU que apela a uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" em Gaza, Ana Paula Zacarias defendeu que, neste momento, a prioridade coletiva da comunidade internacional deve ser a proteção dos civis e a resolução da trágica situação humanitária no terreno.
A representante de Portugal disse que votou a favor da resolução porque a "humanidade comum deve prevalecer" e lamentou ainda que uma emenda à resolução proposta pelo Canadá - que condenava os ataques do Hamas e que apelava à imediata libertação dos reféns -, não tenha sido aprovada.
"Esta tragédia humana que se desenrola diante dos nossos olhos deve ser interrompida agora. Não importa o que aconteça, uma trégua humanitária deve ser estabelecida imediatamente e todas as partes devem cumprir as suas obrigações ao abrigo do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário e o direito dos direitos humanos", frisou.
Israel voltou esta sexta-feira a atacar as Nações Unidas (ONU) na sua própria sede, em Nova Iorque, após a Assembleia-Geral ter aprovado uma resolução não vinculativa que pede uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" em Gaza.
Após a votação, com 120 votos a favor da resolução proposta pela Jordânia, o embaixador israelita, Gilad Erdan - que na terça-feira pediu a demissão do secretário-geral da ONU, António Guterres - voltou a desqualificar a ONU, uma instituição que diz já "não ter um pingo de legitimidade ou relevância".
O Papa apelou esta sexta-feira ao silêncio das armas "num mundo em convulsão e dilacerado pelas divisões e pelo veneno do ódio e pela loucura da guerra", ao presidir à Oração pela Paz na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A celebração - num momento em que o mundo se confronta com o conflito na Ucrânia há mais de um ano e meio e com a escalada das hostilidades militares entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas -, concluiu o dia de jejum e oração que o pontífice convocou no Angelus, para reunir "o povo de Deus disperso pelo mundo", com vista a inspirar "caminhos de paz aos responsáveis das nações".
Francisco implorou mais uma vez à "Virgem Maria, rainha da paz", que interceda pelo fim da violência na Terra Santa, exigindo urgência "nestes tempos dilacerados por conflitos e devastados pelas armas" e que "apagam o futuro", segundo o portal "Notícias do Vaticano".
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, acusou esta sexta-feira o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de "querer acabar com a Faixa de Gaza" e de se esquecer que lá vivem mulheres e crianças e não apenas "soldados do Hamas".
"O ato do Hamas foi terrorista, que não é possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois", começou por dizer Lula, no Palácio do Planalto, num encontro organizado para a imprensa local.
"Porque, agora, o que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel querendo acabar com a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra", frisou.
Lula da Silva, que celebra esta sexta-feira 78 anos, disse ainda que não fará festa de anos porque "o mundo está mais triste": "Vejo as crianças na Faixa de Gaza, fico com coração partido como ser humano, então não é motivo para fazer festa", afirmou, citado pela Agência Brasil.
O movimento Hamas saudou esta sexta-feira a resolução da Assembleia Geral da ONU que apela a uma "trégua humanitária" na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel desde 7 de outubro, mas qualificou a votação como "infame".
"Congratulamo-nos com a resolução da Assembleia Geral da ONU que apela a uma trégua humanitária imediata e apelamos à sua aplicação imediata, a fim de permitir o fornecimento de combustível e de ajuda humanitária aos civis", reagiu o movimento islamita palestiniano, no poder em Gaza, através de um comunicado de imprensa.
O primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Shtayé, denunciou esta sexta-feira que o corte total da internet na Faixa de Gaza é uma tentativa de Israel para "obscurecer" o que se passa no enclave palestiniano, controlado pelo Hamas, para uma iminente invasão terrestre.
"O mundo está num momento histórico para agir para parar a agressão e os massacres do nosso povo", disse Shtaye no seu perfil do Facebook, onde anexou um vídeo que mostra o aumento dos bombardeamentos na Faixa.
Por seu lado, o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos manifestou a sua preocupação com os jornalistas que trabalham na Faixa de Gaza, após os cortes quase totais nas comunicações fixas, móveis e internet, que interromperam as emissões dos meios de comunicação social de Gaza.
O sindicato denunciou a situação como um prelúdio de novos massacres que Israel planeia levar a cabo na Faixa de Gaza "longe das câmaras dos jornalistas", tal como noticiado pela agência de notícias WAFA.
O movimento islamita Hamas relatou esta sexta-feira estar envolvido em "violentos combates" na Faixa de Gaza com as forças israelitas, que terão feito incursões terrestres em dois setores do território.
"Estamos a enfrentar incursões israelitas em Beit Hanoun (norte) e Boureij (centro) e há combates violentos", indicou o braço armado do Hamas, as brigadas Izz al-Din al-Qassam, em comunicado.
Um alto dirigente palestiniano do Hamas afirmou esta sexta-feira que o seu movimento está pronto para enfrentar uma possível ofensiva terrestre israelita em Gaza, após Telavive ter anunciado que estava a expandir as suas operações.
"Se Netanyahu [Benjamin, primeiro-ministro israelita] decidir entrar em Gaza esta noite, a resistência está pronta", disse Ezzat al-Risheq no Telegram, acrescentando que "a terra de Gaza engolirá os restos dos soldados".
FDI expandem operações terrestres na Faixa de Gaza, onde o acesso a telecomunicações e Internet foi totalmente cortado. Negociações para libertar reféns não deram frutos.
Apesar de o Catar ter revelado que estava a mediar negociações entre Israel e o Hamas, as hostilidades na Faixa de Gaza estão num dos momentos mais tensos. Três militares e um funcionário do Governo israelita, citados pelo jornal “The New York Times”, confirmaram, esta sexta-feira, a execução de ataques particularmente intensos no Norte do território palestiniano, que ocorreram antes da divulgação de uma operação terrestre noturna pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).
O Crescente Vermelho palestiniano alertou que perdeu completamente o contacto com a sala de operações na Faixa de Gaza e todas as suas equipas que aí se encontram, devido a interrupções nas comunicações fixas, de telemóvel e Internet. "Estamos profundamente preocupados com a capacidade das nossas equipas em continuarem a prestar os seus serviços médicos de emergência, especialmente porque esta interrupção afeta o número central de emergência 101, e dificulta o acesso das ambulâncias aos feridos", afirmou a organização nas redes sociais.
O Crescente Vermelho expressou a sua preocupação com a segurança das equipas de saúde que trabalham na Faixa de Gaza, devido aos "contínuos e intensos ataques aéreos israelitas 24 horas por dia", que demonstram que Israel "continuará a cometer crimes de guerra enquanto isola Gaza do mundo exterior".
O grupo militante Hamas apelou ao Mundo para “agir imediatamente" para parar o bombardeamento de Gaza por Israel. “Apelamos aos países árabes e muçulmanos e à comunidade internacional para que assumam a responsabilidade e ajam imediatamente para pôr fim aos crimes e à série de massacres contra o nosso povo”, disse o Hamas, em comunicado.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos acusou Israel e o Hamas de ações no atual conflito que constituem crimes de guerra e apelou ao fim imediato da violência para tentar "encontrar uma alternativa à carnificina".
A porta-voz da agência da ONU, Ravina Shamdasani, criticou o exército israelita por pedir aos habitantes de Gaza que abandonem certas zonas, mantendo um bloqueio apertado que impede não só a entrada de ajuda alimentar, medicamentosa e humanitária na Faixa de Gaza, mas também a fuga da população.
A transferência forçada de cidadãos, alertou, é um crime de guerra, tal como o bombardeamento indiscriminado de zonas densamente povoadas ou de instalações protegidas e uma espécie de "punição coletiva" de toda a população, que já vive uma "catástrofe humanitária" sem alimentos, eletricidade, combustível e água.
Apelou também ao fim dos "ataques indiscriminados" contra o território israelita e exigiu a libertação "imediata e incondicional" de todos os civis feitos reféns pelo Hamas. "A tomada de reféns é também um crime de guerra", afirmou.
Quase 29 mil deslocados entraram no Líbano desde o início da violência na fronteira com Israel, na sequência do conflito com o grupo islamita Hamas, segundo dados das Nações Unidas.
Num relatório divulgado esta sexta-feira, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que a escalada na fronteira israelo-libanesa - que começou após um ataque a Israel por parte do grupo islamita palestiniano Hamas, a 7 de outubro - deslocou 28.965 pessoas, principalmente no sul do Líbano, que faz fronteira com Israel.
A OIM destacou um aumento de 37% no número de pessoas deslocadas, em comparação com o seu último relatório de terça-feira, quando tinha registado o número de 21.000 pessoas deslocadas.
O serviço Netblocks, que monitoriza a Internet em Gaza, confirmou que houve um "colapso nas ligações", no território.
O presidente do Conselho Europeu disse esta sexta-feira esperar que a conferência para a paz no Médio Oriente se realize "nos próximos meses" e que seria "um erro" a União Europeia avançar unilateralmente com esta ideia sem consultar os parceiros.
"Usámos a expressão 'em breve' no texto [das conclusões da cimeira] porque significa que há um sentido de urgência, mas não queremos ser precisos porque queremos dialogar com os parceiros sobre qual será o momento mais apropriado. Se me perguntarem como interpreto 'em breve', eu diria que espero que seja nas próximas semanas ou meses", disse Charles Michel, num encontro com jornalistas europeus, incluindo a Lusa, em Bruxelas, depois da reunião do Conselho Europeu.
O governo do Hamas disse que Israel "cortou as comunicações e a maior parte da internet" em toda a Faixa de Gaza na sexta-feira.
O gabinete de imprensa do governo acusou Israel de tomar a medida "para perpetrar massacres com ataques sangrentos de retaliação do ar, terra e mar", enquanto ataques pesados atingiam o norte de Gaza.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu que o sistema de verificação de mercadorias em Rafah seja ajustado para permitir "que muito mais camiões entrem em Gaza sem demora", observando que a "história está a julgar-nos a todos". "Cerca de 500 camiões atravessavam Gaza por dia antes do início das hostilidades. Nos últimos dias, entraram em média apenas 12 camiões por dia, apesar de as necessidades serem muito maiores do que em qualquer momento anterior", disse Guterres, frisando que o sistema humanitário em Gaza enfrenta um "colapso total com consequências inimagináveis" para mais de dois milhões de civis.
Dada a grave situação humanitária, as Nações Unidas não serão capazes de continuar a entregar ajuda dentro da Faixa de Gaza sem uma mudança imediata e fundamental na forma como a ajuda está a chegar, frisou o líder da organização num comunicado oficial.
Nesse sentido, o ex-primeiro-ministro português pediu que o sistema de verificação da circulação de mercadorias através da passagem de Rafah seja ajustado para permitir que o número de camiões que entra em Gaza seja bastante superior. "Todos devem assumir as suas responsabilidades. Este é um momento de verdade. A história está a julgar-nos a todos", afirmou.
O ex-secretário-geral da NATO e ex-chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, disse que as leis dos crimes de guerra são muito particulares, afirmando ainda que "sim, Israel está a cometer crimes de guerra".
No seu livro "Testigo de un tiempo incierto" ["Testemunha de um tempo incerto", em português], Solana afirmou ter visto "o sofrimento em Gaza durante muitos anos". "Quando eu estava no comando, abrimos a passagem de Gaza pela primeira vez com as forças policiais europeias. Conheço bem o local e sei as dificuldades que lá se estão a passar. Gaza é uma prisão a céu aberto", disse Solana.
O ex-secretário-geral da NATO acredita que Israel estaria a cometer um grande erro caso entrasse no território da Faixa de Gaza com tanques, sugerindo assim a criação de corredores humanitários.
Israel usou, pela primeira vez, um sistema de munições inovador na Faixa de Gaza. Chamado Iron Sting (Ferrão de Ferro), usa tecnologia GPS para que unidades de infantaria consigam atingir alvos com um elevado grau de precisão, prometendo revolucionar a guerra contra o Hamas.
A PSP do Porto recebeu uma queixa de ativistas pró-Palestina que, alegadamente, foram agredidos, mais do que uma vez, nos últimos dias, por um grupo de seis pessoas, durante as vigílias realizadas na Praça Humberto Delgado, em frente à Câmara Municipal do Porto.
O movimento islamita palestiniano Hamas afirmou esta sexta-feira que não fará distinção entre reféns israelitas ou de outras nacionalidades em possíveis libertações futuras, embora, após reuniões nas últimas horas em Moscovo, admita alguma deferência com os "amigos russos".
"Para nós, todos os reféns são israelitas", afirmou um porta-voz do gabinete político do Hamas, Musa Abu Marzuk, em entrevista à agência russa Sputnik, na qual destacou que "a maioria" das pessoas raptadas nos ataques de 7 de outubro têm "alguma outra nacionalidade" além da de Israel.
Os Estados Unidos impuseram novas sanções ao grupo islamita Hamas, contra elementos-chave e redes financeiras da organização, bem como contra funcionários iranianos que treinaram os seus combatentes.
As sanções impostas pelo Departamento do Tesouro somam-se às que o Governo norte-americano anunciou em 18 de outubro contra o Hamas após o ataque a Israel, em 7 de outubro, que provocou uma nova guerra na Faixa de Gaza.
O pacote de sanções inclui empresas propriedade de Abdelbasit Hamza Elhassan Mohamed Khair - um financiador do Hamas baseado no Sudão - e Khaled Qaddoumi, um cidadão jordaniano que reside em Teerão como representante do Hamas no Irão.
O Departamento do Tesouro identifica Qaddoumi como elemento de ligação do Hamas com o regime iraniano.
Washington sancionou ainda os iranianos Ali Morshed Shirazi, Mostafa Mohammad Khani, ambos membros da Guarda Revolucionária Iraniana acusados de treinar o Hamas e a Jihad Islâmica, e Ali Ahmad Faizullahi, comandante da Brigada Saberin do Irão que treina militantes do Hamas e do Hezbollah na Síria.
Segundo fontes da Al Jazeera, as negociações mediadas pelo Catar com vista a um cessar-fogo e a um acordo de troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas estão "a progredir e em estado avançado".
O presidente francês, Emmanuel Macron, apelou a uma "trégua humanitária" na guerra entre Israel e o Hamas para ser "organizada a proteção" das populações civis na Faixa de Gaza. "Reconhecemos plenamente o direito e o desejo legítimo de lutar contra o terrorismo. Estamos prontos a prestar a nossa assistência. Mas consideramos que o bloqueio total, os bombardeamentos indiscriminados e ainda mais a perspetiva de uma operação terrestre massiva não tem a natureza adequada para a proteção das populações civis (...)", declarou o chefe de Estado francês durante uma conferência de imprensa, na sequência da cimeira europeia realizada na quinta-feira, em Bruxelas.
Macron referiu que "uma trégua humanitária é útil hoje para poder proteger aqueles que estão no terreno, que sofreram com os bombardeamentos".
Uma primeira equipa de dez médicos estrangeiros da Cruz Vermelha entrou na Faixa de Gaza através da passagem egípcia de Rafah, juntamente com dez camiões com ajuda humanitária, mas sem combustível, disseram fontes locais.
O porta-voz do lado palestiniano da passagem, Wael Abu Omar, declarou em comunicado que uma "delegação médica composta por dez médicos estrangeiros" entrou na Faixa de Gaza e que os camiões transportavam água, alimentos e medicamentos.
Com esta nova ajuda humanitária, 84 camiões, em seis lotes diferentes, entraram no enclave palestiniano através do Egito desde que Israel autorizou as operações, no sábado.
A UNESCO apelou hoje à "cessação imediata" dos ataques a escolas em Gaza, 40% das quais foram danificadas desde o início dos bombardeamentos israelitas contra o movimento islamita Hamas.
Após os ataques terroristas contra civis israelitas perpetrados pelo Hamas no dia 7 de outubro, "as operações do exército israelita na Faixa de Gaza provocaram uma grave crise humanitária" que também afeta a educação, declarou a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em comunicado.
De acordo com a UNESCO, isto significa que mais de 625 mil alunos no enclave palestiniano e mais de 22500 professores estão "em situação de extrema vulnerabilidade".
Nestas três semanas de guerra, mais de 200 escolas sofreram danos e quarenta ficaram em estado considerado "muito grave".
A União Europeia (UE) enviou mais um voo humanitário para a Faixa de Gaza, que partiu de Copenhaga, na Dinamarca, com 51 toneladas de medicamentos e produtos médicos, anunciou a Comissão Europeia. No voo seguem também mantimentos educacionais da UNICEF.
O voo faz parte de um total de seis coordenados pela ponte humanitária da UE para transportar bens essenciais para o território palestiniano.
Os próximos voos estão previstos para as próximas duas semanas. Além da UNICEF, também estão a beneficiar desta ponte humanitária organizada pela UE a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial, a Organização Internacional para as Migrações, o Comité Internacional da Cruz Vermelha e o Fundo de População das Nações Unidas.
O movimento islamita Hamas recusa libertar os civis que raptou em Israel até haver um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, declarou um membro duma delegação do grupo que visitou Moscovo, citado pelo jornal russo "Kommersant".
Abu Hamid afirmou que o Hamas manifestou a intenção de libertar "prisioneiros civis" desde os primeiros dias da guerra, mas precisa de tempo para encontrar todos os reféns que foram levados para a Faixa de Gaza em 7 de outubro.
"Centenas de cidadãos e dezenas de combatentes de várias fações palestinianas entraram nos territórios ocupados em 1948 (...) e capturaram dezenas de pessoas, a maioria destas civis, e precisamos de tempo para encontrá-los na Faixa de Gaza e os libertar", afirmou.
"O bombardeamento israelita matou até agora 50 prisioneiros", alegou.
Quase metade dos israelitas opõe-se a uma operação militar terrestre "imediata" na Faixa de Gaza, indica uma sondagem publicada pelo diário local "Maariv".
À pergunta "O exército deve efetuar uma operação terrestre em Gaza imediatamente ou será melhor esperar?", 49% dos inquiridos respondeu que devem esperar, contra 29% que considera que a operação deve ser lançada imediatamente.
A sondagem foi realizada quarta e quinta-feira pelo instituto Panel4All junto de 522 pessoas que constituem uma amostra representativa da população adulta de Israel (cerca de 10 milhões de habitantes), com uma margem de erro de 4,3%, segundo o jornal.
O Exército israelita anunciou a morte de outro comandante do grupo islamita palestiniano Hamas num bombardeamento durante a madrugada desta sexta-feira contra a Faixa de Gaza.
O porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, declarou na rede social X (antigo Twitter), que as forças israelitas mataram o comandante do batalhão de Khan Yunis ocidental, Madat Mubasher, que "participou em ataques com atiradores" e explosivos contra as forças israelitas e nos colonatos judeus.
Assim, Hagari especificou que durante as últimas 24 horas "foram realizados ataques contra 250 alvos da organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza, incluindo túneis, dezenas de terroristas, centros de comando operacionais e posições de lançamento de foguetes utilizadas pelo Hamas".
O Vaticano está a trabalhar para organizar um encontro entre o Papa Francisco e as famílias dos reféns que estão com o grupo islamita palestiniano Hamas, declarou esta sexta-feira o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
"Estamos a considerar [um encontro com os familiares dos reféns]. Nós vimos que estão aqui e foram recebidos pelas autoridades italianas", disse Parolin à margem de um evento na Câmara Municipal de Roma.
"Ainda não tomámos uma decisão, penso que será decidido até ao final do dia de hoje", acrescentou.
A ONU alertou hoje que a população da Faixa de Gaza necessita urgentemente de uma ajuda "significativa e contínua", e que só tem combustível suficiente para um dia de operações no território sob bombardeamento israelita.
A ONU também confirmou a morte de 57 funcionários da sua Agência de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.
Numa conferência de imprensa em Jerusalém, o comissário da agência conhecida pela sigla inglesa UNRWA, Philippe Lazzarini, alertou que "muitos morrerão em breve" devido ao cerco imposto por Israel.
"Neste preciso momento, as pessoas em Gaza estão a morrer, não só devido às bombas e aos ataques, mas muitas mais morrerão em breve devido ao cerco imposto à Faixa de Gaza", afirmou, citado pela agência francesa AFP.
"Os serviços básicos estão a entrar em colapso, os fornecimentos de medicamentos, alimentos e água estão a esgotar-se e os esgotos começam a transbordar nas ruas de Gaza", descreveu.
Lazzarini disse que a ajuda que entrou no território palestiniano desde 21 de outubro estão longe de ser suficientes para satisfazer as necessidades dos mais de dois milhões de habitantes do enclave.
"O sistema atual está condenado ao fracasso. O que precisamos é de uma ajuda significativa e contínua, e precisamos de um cessar-fogo humanitário para que esta ajuda possa chegar a quem precisa", afirmou.
A agência da ONU necessita de 160 mil litros de combustível para satisfazer as necessidades humanitárias do enclave sob controlo do Hamas desde 2007.
"Temos combustível apenas para hoje", alertou Lazzarini, segundo a agência espanhola EFE.
Philippe Lazzarini, comissário da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) afirmou esta sexta-feira que a instituição não deverá durar "mais do que uns dias", lamentando que pelo menos 57 dos seus colegas tenham sido mortos em Gaza.
"São mães e pais" que se "dedicaram" a Gaza, refere, citado pela BBC.
O Irão vai realizar manobras militares em grande escala nos próximos dias, no meio de tensões na região devido à guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, anunciou hoje uma agência iraniana.
Os exercícios militares, de dois dias, vão realizar-se na província central de Isfahan, informou a agência noticiosa Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária iraniana.
Serão utilizados veículos blindados, artilharia, mísseis, helicópteros e drones, disse a mesma fonte, segundo a agência espanhola EFE.
O exército informou que 200 helicópteros participarão numa das manobras, mas sem dar mais pormenores.
As manobras terão lugar no meio de tensões acrescidas na região devido à guerra entre Israel e o Hamas, que começou quando o grupo islamita atacou o Estado judaico em 07 de outubro.
Israel realizou uma nova operação terrestre na Faixa de Gaza, com apoio de caças e "drones" (aeronaves sem tripulação), anunciou, esta sexta-feira, o exército israelita num comunicado.
A operação decorreu no setor central da Faixa de Gaza e visou alvos do grupo islamita palestiniano Hamas, segundo o comunicado citado pela agência francesa AFP. Os soldados abandonaram em seguida o território palestiniano sem sofrer ferimentos, afirmou o exército.
Paralelamente à operação terrestre, foram bombardeados alvos "pertencentes à organização terrorista Hamas" no centro do território "e em toda a Faixa de Gaza".
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) nos Territórios Palestinianos Ocupados apelaram ao fim do "banho de sangue" provocado por "bombardeamentos indiscriminados" de Israel na Faixa de Gaza, avançou hoje a agência Europa Press.
"Temos de parar este banho de sangue, temos de parar os bombardeamentos indiscriminados que Israel está a levar a cabo contra a população civil. Hoje estamos a denunciar que não há um lugar seguro em Gaza, a população não tem para onde ir", disse David Cantero em entrevista.
"A Faixa de Gaza está sob bloqueio há 16 anos e devemos lembrar que a grande maioria da população, entre 70 a 80%, já vivia abaixo do limiar da pobreza antes do início desta guerra, pelo que dependia exclusivamente da ajuda humanitária internacional", acrescentou o coordenador dos MSF nos territórios palestinianos.
Neste sentido, o responsável criticou o "castigo coletivo" que Israel impôs aos palestinianos dentro da faixa, que descreveu como "uma jaula humana".
"É por isso que apelamos a todas as partes em conflito para que parem com este massacre, para que parem com este banho de sangue e para que parem de matar civis inocentes, incluindo mulheres e crianças", insistiu.
Pelo menos três palestinianos morreram e outros doze ficaram feridos hoje na sequência de disparos durante uma operação do exército de Israel na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada, avançou a agência de notícias palestina Wafa.
O diretor do hospital governamental de Jenin, Wisam Bakr, identificou uma das duas vítimas levadas para o hospital como Ayser Muhamad al Amer, de 24 anos, um alegado membro do braço armado do partido Fatah, as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.
Fontes médicas disseram à Wafa que al Amer morreu já dentro de uma ambulância, acusando as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) de terem disparado contra o veículo de emergência, impedindo que chegasse ao hospital.
Mais tarde, após a retirada dos militares israelitas, os civis encontraram o corpo sem vida de um terceiro homem, Chabad al Turki.
Bom dia, bem-vindo ao minuto a minuto da cobertura da guerra entre Israel e o Hamas. O dia começou com notícias de mais mortes, horas depois de a União Europeia ter chegado a acordo para "pausas humanitárias" na guerra em Gaza. O mais importante do que se passou ontem pode ser acompanhado, aqui.