A equipa de negociadores do Hamas, reunida em Doha, no Catar, para discutir o mais recente plano de paz de Trump para a região, foi atingida por um bombardeamento "de precisão", que matou, pelo menos, seis pessoas.
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Três das vítimas são o filho e um assessor do chefe do grupo, Khalil al Hayya, e um oficial do Catar. Os principais líderes sobreviveram ao ataque, que visou "sabotar o cessar-fogo e as negociações de troca de prisioneiros", indicou o Hamas. A inédita ação naquele país, que tem servido de base e intermediário para as negociações sobre o cessar-fogo, foi reivindicada por Israel, com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a sublinhar que foi uma ação "totalmente independente realizada por Israel".
BIG BREAKING: Israel BOMBS Qatar
- ADAM (@AdameMedia) September 9, 2025
Israel has just bombed in Doha, the capital of Qatar
At least 10 explosions are reported in Doha as a result of Israeli strikes.
lsraeI is not compatible with peace.
Source: Barak Ravid (in comments)
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"Israel iniciou-a, Israel levou-a cabo e Israel assume toda a responsabilidade por ela", sublinhou, talvez consciente da delicadeza de que atacar um aliado dos EUA, onde estão instalados dez mil militares daquele país, poderá gerar instabilidade e prejudicar as negociações. Pouco depois, a Casa Branca disse ter tomado conhecimento prévio da operação, mas meios de comunicação israelitas afirmam mesmo que os aliados norte-americanos deram luz verde ao bombardeamento.
O ataque é uma resposta ao atentado de anteontem, numa paragem de autocarro de Jerusalém, em que morreram seis civis israelitas e que foi reivindicado pelo braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, mas também devido ao papel da organização terrorista no ataque de 7 de outubro de 2023. Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita tinha dito que a guerra "pode terminar amanhã", já que o país aceitaria a proposta de Trump, desde que o Hamas depusesse as armas e libertasse os reféns ainda em cativeiro.
O Catar condenou "o ataque cobarde perpetrado por Israel, que teve como alvo edifícios residenciais, onde vivem vários membros do braço político do Hamas". O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar enfatizou que Doha "não tolerará esse comportamento imprudente de Israel e que a segurança regional seja prejudicada, nem qualquer outro ato contra a sua segurança e soberania". O secretário-geral da ONU, António Guterres, que também lamentou o atentado contra civis em Jerusalém, criticou a "flagrante violação da soberania e integridade territorial do Catar", um país que tem tido um papel "muito positivo para chegar a um cessar-fogo". A embaixada portuguesa apelou aos portugueses residentes para evitarem deslocações.