O jornalista britânico John Cantlie, sequestrado na Síria pelo grupo extremista Estado Islâmico, surge num novo vídeo propagandístico dos jiadistas publicado na Internet que sugere que o britânico possa vir a ser decapitado.
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"Há algum tempo que aceitei que é provável que o meu destino possa vir a ser o mesmo do que o dos meus companheiros de cela", afirmou Cantlie na mensagem gravada, em que parece estar a ler um guião, sublinha a agência EFE, citada pela Lusa.
O jornalista "freelancer", sequestrado desde novembro de 2012, trabalhou para vários órgãos de comunicação social britânicos, entre os quais os semanários "The Sunday", "The Telegraph" e o "The Sunday Times".
Na última edição da sua revista "Dabiq", o Estado Islâmico atribuiu um dos artigos a Cantlie, no qual explicava que tinha partilhado cela com os jornalistas norte-americanos James Foley e Steven Sotloff, e os trabalhadores de organizações humanitárias David Haines e Alan Henning, ambos britânicos.
Todos foram decapitados pelo grupo radical islâmico. O norte-americano Peter Kassig foi o mais recente ocidental a ser executado pelo Estado Islâmico, tendo o caso sido confirmado no passado dia 16.
No vídeo, de quase nove minutos, o Estado Islâmico critica, pela voz de Cantlie, a política dos Estados Unidos da América e do Reino Unido de não negociarem o resgates ou trocas de prisioneiros para libertar os sequestrados destas nacionalidades.
A mensagem refere ainda uma operação "arriscada e cara", a 4 de julho deste ano, para libertar os prisioneiros, que, segundo a organização extremista, falhou no final.
Em agosto, Washington reconheceu ter lançado uma operação no início do verão para libertar os reféns norte-americanos nas mãos do Estado Islâmico, que não teve êxito por problemas com a localização.
No vídeo, Cantlie refere que a organização mudou a localização dos reféns ocidentais dias antes da operação.