Os jornais alemães destacam, esta segunda-feira, Angela Merkel, a "queridinha da Alemanha", depois da larga vitória da chanceler alemã nas eleições legislativas de domingo, mesmo que tenha acabado por ficar aquém da maioria absoluta.
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"A queridinha da Alemanha" é o título do diário "Berliner Monrgenpost", acompanhado de uma fotografia de Angela Merkel sorridente, depois de ter conquistado 41,5% dos votos, de acordo com resultados oficiais provisórios.
O partido conservador CDU "deve o seu sucesso, antes de mais nada, à forte popularidade da chanceler", sublinha o jornal.
Já o "Handelsblatt", jornal do mundo empresarial, vê nesta vitória uma consequência direta da política europeia dos últimos anos. "A estratégia de dar (assistência aos países europeus) apelou aos eleitores alemães", refere o jornal.
O diário conservador "Die Welt" evoca o "triunfo de Merkel" e chega ao ponto de dizer que a chanceler ganhou "sem o seu partido".
"Se ela agrada tanto aos alemães é porque faz o seu trabalho discretamente, aparentemente sem nenhum narcisismo e não incomoda nem perturba os cidadãos", refere.
No entanto, os jornais alemães não se esquecem que a chanceler ainda tem que coligar-se para conseguir governar, podendo optar entre aliar-se ao social-democrata SPD (25,7%, segundo os resultados provisórios) ou aos Verdes (8,3%).
"Chanceler procura companheiro", titula o jornal de centro-direita "Berliner Zeitung", enquanto o de centro-esquerda "Süddeutsche Zeitung" escreve "Merkel não pode fazer outra coisa a não ser escolher".
Apesar de estarem avançadas, as negociações com eventuais parceiros de coligação poderão não ser fáceis.
CDU/SPD ou CDU/Verdes: "nenhuma das opções é confortável", pode ler-se na página da internet do semanário de centro-esquerda "Die Zeit".
Dentro do SPD, "ninguém quer realmente aliar-se a Merkel" porque "não seria uma aliança entre iguais" e "pode terminar como em 2009 ou pior", escreve o "Der Spiegel" no seu site, referindo-se às legislativas de há quatro anos, quando o SPD teve o seu pior resultado depois de ter governado coligado com Angela Merkel.
Quando a uma aliança com os Verdes, todas as tentativas ao nível regional terminaram mal.