Irina Slavina, jornalista russa e editora-chefe de um site de informação, morreu esta sexta-feira após imolar-se em frente a um escritório do ministério do Interior na cidade de Níjni Novgorod, na Rússia. Momentos antes, tinha deixado uma mensagem no Facebook a pedir que culpassem o país pela sua morte.
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"Peço que culpem a Federação Russa pela minha morte", escreveu Irina no Facebook esta sexta-feira, antes de se imolar.
https://www.facebook.com/slavirina/posts/3539650582765000
A jornalista, que era editora-chefe do site de notícias KozaPress - cujo lema é "notícias e análises sem censura" - disse na quinta-feira que a polícia vasculhou o seu apartamento à procura de trabalhos relacionados com o grupo pró-democracia Open Russia. Computadores e arquivos de dados foram apreendidos.
Segundo a BBC, terão surgido entretanto imagens que mostram o momento em que Irina se imolou pelo fogo. No vídeo, vê-se um homem a correr para uma mulher para ajudar a apagar as chamas, mas ela empurra-o, antes de cair no chão. A autenticidade do vídeo ainda não foi verificada.
As autoridades daquela cidade russa não fizeram comentários sobre o assunto.
No ano passado, a editora foi multada por "desrespeitar as autoridades" num dos seus artigos. Uma série de leis mais duras para a comunicação social e a Internet entraram em vigor recentemente na Rússia, gerando preocupação de que possam ser usadas pelo governo para silenciar os seus críticos. O Kremlin disse na altura que a legislação era necessária para melhorar a segurança na Internet.