Uma juíza federal do Rio de Janeiro tornou-se, esta quinta-feira, no segundo magistrado brasileiro a suspender de forma cautelar a nomeação do ex-presidente Lula da Silva como ministro do Governo de Dilma Rousseff. Os protestos multiplicam-se por todo o país.
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A juíza Regina Coele Formisano, titular do sexto juízo federal do Rio de Janeiro, aceitou um pedido apresentado por um advogado para anular a nomeação, por considerar procedente o argumento de que o mesmo visa proteger Lula da Silva, segundo a decisão.
A nomeação de Lula da Silva já tinha sido suspensa por um juiz do Tribunal Federal de Brasília, cuja decisão anulou o ato de tomada de posse, que decorreu hoje.
Ambas as decisões são provisórias e dependem de uma decisão definitiva sobre a procedência das denúncias dos tribunais regionais federais do Rio de Janeiro e de Brasília.
Segundo a juíza, ao nomear como titular do influente Ministério da Presidência uma pessoa que está sob investigação por vários crimes, a chefe de Estado "não só tem por objetivo conceder-lhe imunidade, como incorre num desvio de finalidade e ilegalidade de objetivo".
Dezenas de pedidos de suspensão da nomeação de Lula da Silva foram apresentados junto de vários tribunais.
O Supremo Tribunal de Federal recebeu dez pedidos de suspensão.
O Governo já recorreu para anular a decisão do juiz de Brasília e fará o mesmo em relação a todos os casos.
Lula da Silva foi acusado pelo Ministério Público de alegados crimes, incluindo branqueamento de capitais e falsificação.
A decisão de Dilma Rousseff de nomear Lula da Silva como ministro, alegadamente para o livrar da Justiça, provocou protestos por todo o país e causo divisões entre os partidos que apoiam o Governo.