As autoridades de Kiev acusaram, este sábado, os separatistas rebeldes de terem desrespeitado o cessar-fogo, pouco depois de os separatistas terem assegurado que as forças governamentais é que violaram o acordo.
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O porta-voz militar ucraniano acusou os separatistas de terem disparado sobre posições do exército ucraniano depois da entrada em vigor do cessar-fogo acordado na sexta-feira.
"Houve 28 tiros disparados na sexta-feira contra as posições das forças ucranianas, dez dos quais após a entrada em vigor do cessar-fogo", disse Andrii Lyssenko numa conferência de imprensa.
Segundo o porta-voz, os tiros ocorreram nas regiões de Donetsk e Lugansk, dois bastiões dos separatistas pró-russos. "As forças da operação antiterrorista respeitam escrupulosamente o cessar-fogo", acrescentou.
Momentos antes, os dirigentes separatistas de Donetsk, reduto rebelde do leste da Ucrânia, tinham acusado as forças governamentais de terem violado o cessar-fogo algumas horas depois da sua entrada em vigor e exigiram a independência.
"Ontem (sexta-feira) às 21.00 (horas locais, 19.00 horas em Portugal continental) foram disparados muitos tiros de 'rockets' na periferia de Donetsk", disse à AFP Vladimir Makovitch, um responsável do Parlamento separatista.
O cessar-fogo entrou em vigor na sexta-feira às 18.00 horas locais (16.00 horas em Portugal continental).
"É talvez uma provocação ou um teste aos nossos nervos. Vamos fazer o nosso melhor para respeitar o cessar-fogo mas se houver provocações da outra parte, iremos responder imediatamente", acrescentou Vladimir Makovitch.
Kiev e os rebeldes pró-russos assinaram, na sexta-feira, em Minsk, um cessar-fogo destinado a meter um fim a um conflito que dura há cerca de cinco meses no Este do país e já fez 2600 mortos e meio milhão de refugiados e deslocados.