Um conselheiro da Presidência ucraniana defendeu que o dirigente do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, "humilhou [o presidente russo, Vladimir] Putin" ao liderar com os seus homens uma rebelião armada contra Moscovo.
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O comentário de Mykhaïlo Podoliak, conselheiro do presidente da República ucraniano, Volodymyr Zelensky, surgiu depois de alcançado um acordo entre o Kremlin e o grupo Wagner, com mediação do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, após uma jornada de insurreição que abalou o poder russo.
"Prigozhin humilhou Putin/o Estado e mostrou que já não existe monopólio da violência" legítima na Rússia, escreveu Mykhaïlo Podoliak na rede social Twitter.
O líder do grupo de mercenários russo Wagner suspendeu ao fim da tarde as movimentaçoes da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas após ter ocupado Rostov, cidade estratégica para a guerra na Ucrânia, situada no sudoeste do país.
Putin classificou como rebelião a ação do grupo e afirmou tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e de uma traição, garantindo que não iria deixar acontecer uma "guerra civil" e que os responsáveis pagariam por isso.
Ao fim do dia em que foi notícia o avanço de forças do grupo Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o presidente bielorrusso,
Antes, o dirigente do grupo paramilitar acusara o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.