"Legítima defesa não é ilegal", diz Kyle Rittenhouse após matar dois homens em protesto
Kyle Rittenhouse, o adolescente norte-americano absolvido após matar dois homens durante protestos e rebeliões contra a brutalidade policial em Wisconsin no ano passado, fez declarações públicas sobre o veredicto este sábado.
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O adolescente - visto a sorrir enquanto conduzia um carro após a absolvição - disse estar aliviado porque a sua "difícil jornada" chegou ao fim. "O júri chegou ao veredicto correto - legítima defesa não é ilegal", afirmou Rittenhouse. "Estou feliz que tudo correu bem. Superámos a parte difícil."
As declarações fazem parte de uma entrevista que será exibida na "Fox News" na segunda-feira. O caso vai ser também contado num documentário que estreia em dezembro.
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Para John Huber, pai de um dos homens mortos em Kenosha, o "choque" não se dissipou. "Ainda não conseguimos acreditar. Ele deveria ter apanhado cerca de 40 anos de prisão. Essa era a nossa expectativa. Esse rapaz consegue correr livre e agora é um herói. E este é meu filho. Este é Anthony", disse Huber, segurando uma pequena urna e uma fotografia do filho. "Não há justiça para a nossa família."
Absolvido de todas as acusações
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O caso de Rittenhouse chamou a atenção nacional, em parte porque surgiu a partir das manifestações "Black Lives Matter" que varreram o país no ano passado. O adolescente disse, durante o julgamento, que matou dois homens e feriu outro em autodefesa após ter sido atacado durante uma noite de agitação em Kenosha. Rittenhouse, que morava na vizinha Illinois, afirmou que se dirigiu a Kenosha para proteger as empresas de saqueadores.
Na sexta-feira, um júri considerou Rittenhouse, de 18 anos, inocente de homicídio negligente e intencional e outras acusações decorrentes dos tiroteios de agosto de 2020 em Kenosha, Wisconsin. A decisão gerou protestos esporádicos em todo o país, mas também atraiu elogios de apoiantes de Rittenhouse e de defensores do direito de posse de armas.