As chuvas torrenciais de terça-feira em Valência deixaram um rasto de destruição na periferia, onde os principais acessos foram encerrados. A viver há dez anos na cidade, o português Gonçalo Moreira relata que as zonas ribeirinhas e industriais, fora do centro, foram as áreas afetadas pelas cheias.
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Mais de 90 mortos, pelo menos seis desaparecidos, centenas de pessoas resgatadas, estradas e ferrovias encerradas, serviços suspensos e voos desviados - assim vai o dia na região de Valência, assolada por uma forte tempestade durante a tarde e noite de terça-feira. A precipitação na província, onde o nível de alerta está no máximo, foi, na noite passada, de acordo com dados oficiais, a mais elevada desde 11 de setembro de 1966.
De acordo com o mais recente balanço do Centro Integrado de Coordenação Operacional do Ministério do Interior, que agrega informação de vários órgãos de segurança e emergência, 93 pessoas morreram na comunidade valenciana e outra vítima - uma mulher de 88 anos - morreu na cidade de Cuenca, na comunidade autónoma de Castela-Mancha. Dezenas de pessoas passaram a noite em cima de camiões e carros, nos telhados de lojas e de postos de gasolina, ou presas nos seus veículos em estradas congestionadas até serem resgatadas. As equipas de socorro, que resgataram cerca de 200 pessoas dos locais afetados pelas inundações, continuam as buscas.