A Letónia informou, esta segunda-feira, a Rússia da retirada do seu embaixador em Moscovo, após idêntica decisão da Estónia em reação à expulsão do representante estónio na Federação Russa, que deu ao diplomata duas semanas para deixar o país.
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O conflito diplomático entre os dois Estados bálticos e a Rússia começou esta manhã, quando o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que o embaixador da Estónia, Margus Laidre, foi convocado e recebeu "um firme protesto contra as ações das autoridades estónias".
O ministério russo disse que os líderes estónios destruíram deliberadamente as relações com a Rússia nos últimos anos, descrevendo como a 'gota de água' a recente decisão da Estónia de expulsar 13 diplomatas russos e oito técnicos.
Em resposta à decisão russa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Urmas Reinsalu, disse que o embaixador russo em Tallin também partirá em 7 de fevereiro.
"A Estónia toma nota da decisão da Rússia hoje de reduzir a presença diplomática ao nível de encarregado de negócios", disse o Governo estoniano.
"Defendemos o princípio da paridade nas relações com a Rússia, o que significa que o embaixador russo partirá ao mesmo tempo que o embaixador da Estónia na Rússia", acrescentou o Ministério nas redes sociais.
Segundo o portal estónio Err.ee, Reinsalu disse que pediria aos países da União Europeia (UE) que aderissem à paridade nas relações diplomáticas com a Rússia, na qual o número de diplomatas é o mesmo em todos os países.
A Estónia será representada em Moscovo por um encarregado de negócios temporário e o mesmo acontecerá com a Rússia em Tallin.
Posteriormente, o ministro das Relações Exteriores da Letónia, Edgars Rinkevics, anunciou a retirada do seu embaixador na Rússia, Maris Riekstins, a partir de terça-feira, e pediu à Rússia que reduzisse a sua representação em Riga, o que significa na prática a retirada do embaixador russo, Mikhail Vanin.
Na sua conta no Twitter, Rinkevics escreveu: "Devido à brutal agressão russa contra a Ucrânia e em solidariedade com a Estónia, a Letónia reduzirá o nível de relações diplomáticas com a Rússia a partir de 24 de fevereiro, exigindo que a Rússia aja em conformidade".
Houve expulsões recíprocas de diplomatas e reduções mútuas na representação entre a Rússia e os países bálticos desde março de 2022, quando estes três países da União Europeia expulsaram um total de 10 diplomatas russos em movimento aparentemente coordenado para expressar solidariedade com a Ucrânia, invadida pelas forças de Moscovo em 24 de fevereiro de 2022. Os russos eram também suspeitos de espionagem.
Em 11 de janeiro, a Estónia disse à Rússia para reduzir o número de funcionários na sua embaixada em Tallin para mais de metade. Treze diplomatas e oito membros do pessoal administrativo, técnico e de serviço retornarão a Moscovo em 1 de fevereiro.