Uma equipa do Instituto Riken, no Japão, tem em mente a construção de um telescópio capaz de destruir o lixo cósmico. O projeto, denominado "Orbital Clean House" e que está em fase de desenvolvimento, além de ser novidade, seria uma forma de fazer desaparecer os detritos que navegam pelo Espaço.
Corpo do artigo
Os especialistas em Astronomia calculam que o lixo na Galáxia, resultante de satélites desativados e de colisões, equivale a 15 baleias azuis, 600 elefantes ou 1500 automóveis. "O problema é, sobretudo, político. Toda a gente tem medo que se comece aos tiros no Espaço", observou Don Kessler, astrónomo da NASA, nos Estados Unidos, advertindo para o melindre da temática.
Mas, para a equipa do Instituto Riken o projeto vai para além da limpeza. O fabrico do telescópio, o Extreme Universe Space Observatory, abriria novas portas ao conhecimento. Quanto à destruição do lixo cósmico, a potência do aparelho iria aumentando gradualmente de potência, à medida que fosse testado.
Também a União Europeia tem vindo a trabalhar no mesmo sentido. O projeto, designado por "Stardust", visa anular "alvos não amigáveis", igualmente com recurso ao laser. Massimiliano Vasile, do Gabinete de Mecânica e Aeronáutica da Universidade de Strathclyde, na Escócia, é um dos líderes da missão.
Nos Estados Unidos, o Departamento Nacional do Espaço e Aeronáutica não se põe de lado e tem os seus planos, embora exista a convicção de que, neste momento, é pouca a vontade de abraçar projetos com tamanha envergadura. "A minha principal queixa é que ninguém ainda testou os conceitos. E, agora, não há qualquer dinheiro dos Estados Unidos para o fazer", desabafou, amargurado, o astrónomo Don Kessler.