
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Kim Ludbrook / EPA
O presidente brasileiro afirmou este domingo estar "muito preocupado" com a presença militar dos Estados Unidos no Mar das Caraíbas, perto da Venezuela, e acrescentou que pretende discutir o assunto com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump.
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"Estou muito preocupado com o destacamento militar dos Estados Unidos no Mar das Caraíbas. Isso preocupa-me muito e pretendo discutir o assunto com o presidente Trump, pois preocupa-me", declarou Luiz Inácio Lula da Silva aos jornalistas em Joanesburgo, após a cimeira do G20.
Os Estados Unidos enviaram o maior porta-aviões do mundo para as Caraíbas, acompanhado por uma frota de navios de guerra e caças, para realizar operações antidroga, que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denuncia como uma "ameaça" para o derrubar do poder.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou no sábado que o seu país está a responder de "cabeça erguida", apesar do "muito poder" que, reconheceu, os Estados Unidos têm.
Numa declaração na estação estatal venezuelana (VTV), Padrino disse que os Estados Unidos são "um dos impérios mais genocidas da história", alertando que Washington tem "muito poder" em "todos os aspetos: tecnológico, económico, financeiro, militar, sempre para causar danos e defender os seus interesses".
No entanto, acrescentou, a Venezuela está a defender-se apesar de "toda a operação psicológica em curso" e do destacamento aéreo e naval dos Estados Unidos nas Caraíbas para "destruir" o país.
Nos últimos meses, os Estados Unidos reforçaram a sua presença militar nas Caraíbas e no Pacífico com navios, caças e forças especiais, num contexto de crescente tensão com a Venezuela.
A Administração do presidente Donald Trump enquadra este destacamento como parte da sua iniciativa "Lança do Sul", de luta contra o narcotráfico.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos realizaram cerca de 20 ataques aéreos nas Caraíbas e no Pacífico contra embarcações que acusam - sem apresentar provas - de transportar droga, causando um total de 76 vítimas.
