O presidente francês, Emmanuel Macron, apontou o dedo ao Estado hebraico, ao assumir que os civis palestinianos que morreram enquanto esperavam por ajuda humanitária foram "alvo dos soldados israelitas". Na rede social X, o líder gaulês pediu, esta sexta-feira, uma investigação independente para apurar os culpados.
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"Profunda indignação com as imagens chegadas de Gaza, onde civis foram alvo de soldados israelitas. Expresso a minha mais veemente condenação a estes tiroteios e peço verdade, justiça e respeito pelo direito internacional", escreveu Emmanuel Macron, na rede social X. O presidente de França lembrou ainda que "a situação em Gaza é terrível", deixando um apelo: "Um cessar-fogo deve ser implementado imediatamente para permitir que a ajuda humanitária seja distribuída".
Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, se manifestou nas redes sociais, dizendo-se "chocado e repugnado com as imagens de Gaza". O responsável da União Europeia vincou a necessidade de se chegar urgentemente a um cessar-fogo que permita a distribuição de ajuda humanitária. Tal como Macron, Michel também pediu uma investigação independente aos acontecimentos.
Através da mesma plataforma, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu estar "profundamente perturbada" com a morte de tantos civis, sublinhando a necessidade de se mobilizarem todos os esforços para averiguar os factos e responsabilidades. "Estamos com os civis, apelando à sua proteção em linha com o direito internacional", escreveu.
Mesmo os EUA, um dos países que mais tem defendido Israel, classificaram o ataque como "tremendamente alarmante". O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, garantiu que as autoridades norte-americanas estão a procurar "urgentemente informações sobre o que ocorreu" e que nem todos os factos são conhecidos. O representante assegura que a Casa Branca está a "pressionar por respostas" o mais rápido possível.
As mensagens dos líderes surgem um dia após 112 palestinianos terem morrido na Cidade de Gaza, no Norte do enclave, enquanto avançavam em busca de comida e apoio humanitário. O Hamas atribuiu o ataque em massa às forças israelitas, que negam ter atirado contra a multidão faminta. Os soldados das Forças de Defesa de Israel apenas admitem ter disparado contra um pequeno grupo que se afastou dos camiões e ameaçou um posto de controlo, referiu um porta-voz.