Macron é bloqueado na rua por polícia e telefona a Trump: "Está tudo parado por tua causa"
O presidente francês, Emmanuel Macron, viu-se obrigado a esperar pela passagem da comitiva de Donald Trump, na segunda-feira à noite, antes de poder atravessar a rua, quando caminhava em Nova Iorque. Acabou por telefonar ao homólogo norte-americano de forma improvisada e em tom de brincadeira.
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De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), Macron e a sua delegação ficaram ontem retidos atrás de barreiras quando saíram da sede das Nações Unidas. "Tenho 10 pessoas comigo. Vou para a embaixada francesa", disse Macron a um polícia, que o interpelou na rua, quando tentava atravessar a rua com membros da comitiva do Eliseu.
"Sinto muito, senhor presidente, sinto muito mesmo", desculpou-se o agente a Macron, explicando-lhe que o perímetro estava fechado até passarem as viaturas de Trump e da sua equipa. "Se não o vê, deixe-me atravessar. Estou a negociar consigo", brincou o presidente francês antes de telefonar a Trump.
"Como estás? Adivinha só! Estou à espera na rua porque está tudo parado por tua causa", ouve-se Macron a dizer ao telefone a Trump, em tom de brincadeira, num vídeo que foi divulgado pela agência Reuters. "Depois, gostaria muito de ter uma breve conversa contigo e com o Catar sobre a situação em Gaza", acrescentou.
A assessoria de Macron disse que o presidente aproveitou a oportunidade para um telefonema "muito caloroso e amistoso", que permitiu atualizar questões internacionais.
Informado sobre o encerramento temporário do perímetro devido à passagem de Trump, Macron, que se dirigia para um jantar com o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez o percurso a pé com a delegação, mas sem conseguir evitar o bloqueio. O presidente francês saía da sede da ONU, onde tinha acabado de reconhecer solenemente, em nome de França, um Estado palestiniano.
Macron e dezenas de chefes de Estado estão em Nova Iorque para participarem do debate de alto nível no âmbito da 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, aberto hoje por Guterres.