
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro
Foto: Federico Parra/AFP
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou os Estados Unidos de quererem roubar o petróleo da Venezuela, depois das forças armadas norte-americanas terem intercetado e confiscado um petroleiro junto às águas do país sul-americano.
"Por isso digo que ontem [quarta-feira] a máscara deles caiu (...) é o petróleo que querem roubar, e a Venezuela defenderá a sua soberania sobre os seus recursos naturais e voltaremos a triunfar", disse Maduro, na quinta-feira. "A vitória pertence-nos hoje, amanhã e sempre", disse o chefe de Estado, num evento numa comuna da capital, Caracas, transmitido pela emissora estatal VTV.
Maduro disse ainda que os tripulantes do petroleiro estão desaparecidos e anunciou que irá denunciar o incidente aos organismos internacionais para garantir a segurança de todas as embarcações venezuelanas e o livre comércio.
"A Venezuela rejeita categoricamente este ato criminoso de pirataria contra todas as Caraíbas", referiu o presidente. "Já dei instruções suficientes para que todas as ações legais e diplomáticas adequadas sejam tomadas e para que as medidas sejam implementadas", acrescentou Maduro.
"A Venezuela garantirá a segurança de todas as embarcações para assegurar o livre comércio do seu petróleo em todo o Mundo", garantiu o líder.
Maduro afirmou que o navio transportava 1,9 milhões de barris de petróleo, já pagos, sem especificar qual o comprador, antes de partir da Venezuela.
O petroleiro, chamado Skipper e navegando sob bandeira falsa, foi apreendido por ordem de um juiz norte-americano devido a ligações anteriores com o contrabando de petróleo iraniano, sancionado por Washington, embora desta vez transportasse petróleo bruto venezuelano, de acordo com o jornal New York Times.
Na quarta-feira, a Presidência dos Estados Unidos anunciou que o petroleiro será encaminhado para um porto norte-americano para que o crude possa ser apreendido.
"Existe um processo legal para a apreensão desse petróleo, e esse processo legal será seguido", declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em conferência de imprensa.
De acordo com Leavitt, o petroleiro está atualmente a passar por "um processo de confisco", e os Estados Unidos têm uma equipa de investigação a bordo a interrogar a tripulação.
O incidente aumenta as tensões entre os dois países após meses de presença militar dos EUA nas Caraíbas, ostensivamente para combater o tráfico de droga, algo que Washington atribui a Maduro, uma alegação que o presidente venezuelano nega.
Apesar disso, Maduro declarou na quinta-feira que o futuro dos Estados Unidos e da Venezuela deve ser de "respeito, amizade e cooperação" e pediu aos cidadãos norte-americanos que "impeçam a atuação de setores extremistas, supremacistas e belicistas".
