Maiores partidos da Catalunha dão seis meses a Madrid para autorizar referendo sobre independência
Os dois maiores partidos da Catalunha estabeleceram um prazo de seis meses para negociar com Madrid um referendo sobre a independência da região, disse fonte do governo catalão, garantindo que a consulta irá acontecer.
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Numa entrevista publicada este domingo pelo diário 'El Punt-Avui' o porta-voz do governo catalão explica que a Convergência e União (CiU) e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) estabeleceram um calendário com várias fases até chegar ao referendo, em 2014.
Para Francesc Homs, o referendo acontecerá "sim ou sim". Uma dessas fases é "dar como margem todo o primeiro semestre de 2013" para negociar a autorização da consulta popular com o Governo de Madrid, afirmou.
O acordo contempla também a aprovação de uma declaração de soberania por parte do Parlamento da Catalunha que ratifique o processo de independência, acrescentou. "Eu creio que poderemos fazê-lo ainda em janeiro", indicou Homs.
A terceira fase será a aprovação de uma lei de consultas que não requeira a autorização de Madrid e, segundo o porta-voz, a Catalunha "tem suficientes competências exclusivas e jurisprudência do Tribunal Constitucional para fazer a lei".
Homs considera que o governo catalão conta com os empresários neste processo: "Eles sabem [que Madrid] nos chupa o sangue através dos impostos."
A Convergência e União (CiU) ganhou as eleições regionais de 25 de novembro sem maioria absoluta, e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) tornou-se na segunda força política da região autónoma, tendo os dois partidos assinado um acordo de estabilidade no parlamento regional.
Este pacto entre a CiU e a ERC, que resultou na eleição do líder da CiU, Artur Mas, como presidente do governo catalão, prevê a realização de uma consulta sobre a independência em 2014.
A Catalunha, uma província rica no nordeste de Espanha, está a viver atualmente uma onda de separatismo regional face à grave crise económica no país.