Mais de 220 pessoas foram detidas ou desapareceram às mãos das tropas russas em Kherson, na Ucrânia, entre março e outubro deste ano, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira pelo Observatório de Conflitos dos EUA.
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Pelo menos 27 dessas pessoas são mulheres e os restantes são homens, entre os quais 121 militares, segundo o documento do programa financiado pelo Departamento de Estado norte-americano.
O relatório indica também que 55 dos detidos ou desaparecidos foram torturados, enquanto cinco morreram durante o cativeiro ou pouco depois da sua libertação. Seis dessas pessoas terão sofrido violência sexual ou de género.
O texto identifica 12 locais chave onde fora efetuadas as detenções em toda a região de Kherson e na fronteira com a Crimeia, península ocupada pela Rússia em 2014.
Mostra ainda que a maioria das alegadas detenções ocorreram em ambientes privados, como a habitação própria dos detidos, e foram levadas a cabo, na sua maioria, por militares russos (177), pessoas desconhecidas (49) e serviços secretos russos (27), entre outros.
Numa conferência de imprensa do Departamento de Estado, o seu porta-voz adjunto, Vednat Patel, reiterou hoje o apelo para que a Rússia "pare as operações de detenção", assim como as "violações do direito internacional humanitário" e os "abusos de direitos humanos".
"Pedimos à Rússia que retire urgentemente as suas forças para colocar termo a uma guerra desnecessária que não pode ganhar nem ganhará, por muito desprezíveis e desesperadas que sejam as suas táticas", afirmou Patel.
O objetivo do relatório do Observatório de Conflitos, programa que recolhe dados independentes, é conseguir responsabilizar a Rússia pelos crimes de guerra cometidos na Ucrânia.