Mais de 350 crianças soldados centro-africanas, várias menores de 12 anos, foram libertadas esta quinta-feira por grupos armados no âmbito de um acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância.
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"Após dois anos de intensos combates, a libertação das crianças por estes grupos (...) é um verdadeiro passo em direção à paz", congratulou-se o representante da UNICEF em Bangui, Mohamed Malick Fall.
Em cerimónias distintas, 357 crianças foram libertadas na região de Bambari (centro) pelos ex-rebeldes Séléka, maioritariamente muçulmanos, e pelas milícias anti-balaka, principalmente cristãs, os principais beligerantes do conflito que afeta a República Centro-Africana há mais de dois anos.
Trata-se da "maior libertação de crianças ligadas aos grupos armados na República Centro-Africana, desde que a violência começou em 2012", sublinhou a UNICEF.
O acordo entre líderes de grupos armados na República Centro-Africana e a UNICEF foi feito na semana passada, durante um fórum de reconciliação nacional em Bangui, e previa também o fim imediato do recrutamento de crianças.
A UNICEF calcula que entre 6 mil e 10 mil crianças integram as fações armadas da República Centro-Africana, sendo utilizadas como combatentes, cozinheiros, estafetas e para fins sexuais.
Em 2014, o Fundo da ONU para a Infância e os seus parceiros conseguiram libertar 2.800 crianças que serviam os grupos armados naquele país.