Professores, pais e alunos de toda a Espanha concentraram-se este sábado no centro de Madrid para dar um "aviso" a todas as comunidades autónomas e ao futuro Governo para que deixem a educação pública fora dos "cortes" orçamentais.
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Gritando "não aos cortes" orçamentais na educação, dezenas de milhar de professores e outros profissionais da educação vindos de várias regiões do país desfilaram hoje em Madrid, na primeira manifestação nacional do sector, respondendo ao apelo dos principais sindicatos do país.
Ao ritmo de tambores e de assobios, entre 70 mil a 100 mil pessoas, segundo a organização (o Governo não avançou números), marcharam até ao centro da capital num ambiente festivo.
Muitos envergaram camisolas verdes em que se lia "escola pública de todos e para todos", agitando no ar balões da mesma cor, que se tornou símbolo da mobilização crescente contra os cortes orçamentais na educação.
Face à afluência à praça de onde partiu a marcha, junto à gare de Atocha, foi constituído um segundo cortejo que se dirigiu à praça da Puerta del Sol, paralisando a circulação no centro da cidade.
"À venda: educação pública", denunciavam os manifestantes em cartazes pretos e laranja, recordando os anúncios de venda imobiliária.
A denominada "Marcha a Madrid" foi convocada pelas direcções nacionais dos principais sindicatos do sector e pela Confederação de Pais e Mães de Alunos, maioritária na escola pública.
Com a manifestação, os sindicalistas pretendem sensibilizar toda a sociedade para a importância da educação pública na coesão social mas também para a saída da crise e para o futuro do país.
As manifestações, garantiram os sindicatos, vão continuar se os cortes no sector se mantiverem nas comunidades que os aplicam ou se se estenderem a outras.
"Se há algum caminho para a liberdade e para a justiça, é o da educação", lia-se na declaração da organização do protesto, que acusava os governos de fazer "a educação pagar por uma crise que não causou".
A educação e a saúde têm sido alvo das medidas de austeridade adoptadas em várias regiões do país, amplamente endividadas com um défice público muito superior ao objectivo de 1,3% do Produto Interno Bruto, fixado pelo Governo central no fim de Dezembro.