"Ataque à democracia": as reações dos políticos brasileiros à invasão em Brasília
O presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, repudiou, este domingo, a invasão da sede do Congresso Nacional por apoiantes do antigo chefe de Estado Jair Bolsonaro, defendendo que "devem sofrer o rigor da lei com urgência". Já o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Arthur Lira, condenou a "destruição e vandalismo" na ocupação.
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"Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência", lê-se numa mensagem divulgada nas redes sociais de Rodrigo Pacheco.
"Conversei há pouco, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem venho mantendo contacto permanente. O governador informou-me que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação", acrescentou o político brasileiro na mensagem difundida nas redes sociais.
"A democracia pressupõe alternância de poder, divergências de pontos de vista, mas não admite as cenas deprimentes que o Brasil é surpreendido nesse momento. Agiremos com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição", escreveu Arthur Lira, na rede social Twitter.
O responsável referiu que "o Congresso Nacional jamais negou voz a quem queira manifestar-se pacificamente" mas que "nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo".
Arthur Lira acrescentou que os responsáveis que promoveram e deram cobertura a este "ataque à democracia brasileira e aos seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da lei".
Centenas de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram hoje a sede do Congresso Nacional numa manifestação em que pedem uma intervenção militar para derrubar o atual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva.
A zona em torno do Congresso estava isolada pelas autoridades, mas os apoiantes de Bolsonaro, que se recusam a aceitar a eleição de Lula da Silva, conseguiram romper os cordões de segurança e várias dezenas conseguiram subir a rampa deste edifício de arquitetura moderna para ocupar a cobertura.
As imagens impressionantes, que trazem à memória a invasão do Capitólio nos Estados Unidos da América por apoiantes do então Presidente Donald Trump, mostram uma verdadeira maré humana fluindo em direção ao Congresso, edifício onde se situam a Câmara dos Deputados e o Senado.
Manifestantes apareceram na cobertura, mas também em todos os relvados adjacentes, inclusive o do palácio presidencial do Planalto.
Jair Bolsonaro, que foi derrotado por Lula da Silva na segunda volta da eleição presidencial em 30 de outubro, deixou o Brasil no final do ano para os Estados Unidos.