Cerca de quarenta manifestantes pró-Palestina bloquearam, esta terça-feira, o acesso à Embaixada de Israel em Bruxelas, exigindo que a Bélgica rompa os laços políticos, diplomáticos e económicos com Telavive e tome medidas concretas para alcançar um cessar-fogo em Gaza.
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Um grande número de viaturas policiais e canhões de água foram enviados para a área, indicou a agência Belga, citada pela agência Efe.
Os ativistas bloquearam o acesso à rua onde está localizada a Embaixada de Israel, no bairro de Uccle, em Bruxelas, por volta das 16.30 horas (15.30 horas em Lisboa), erguendo uma barreira com tábuas de madeira.
Os manifestantes defenderam que a ação ocorre por ocasião do 76.º aniversário da Nakba (desastre, em árabe), acontecimento que para os palestinianos é assinalado anualmente no dia 15 de maio, dia em que começou a primeira guerra israelo-árabe, um dia após o nascimento do Estado hebreu, e que forçou o êxodo de mais de 700 mil palestinianos e a destruição de dezenas de aldeias árabes no que é hoje Israel.
Segundo o grupo, há meses que os cidadãos belgas pedem medidas concretas para conseguir um cessar-fogo, enquanto a situação em Gaza piora a cada dia.
Mais especificamente, os manifestantes exigiram que a Bélgica rompa as relações diplomáticas e políticas com Israel, bem como um boicote económico e a cessação do comércio entre os dois países.
Alguns manifestantes foram mais longe e pediram a aplicação de um boicote académico e seguir o exemplo da Conferência de Reitores das Universidades Espanholas (CRUE), que decidiu apoiar os acampamentos e manifestações convocadas nos campus universitários do país, em apoio à paz em Loop.
Em Bruxelas, a Polícia Federal mantém vigilância constante sobre as embaixadas de Israel, dos Estados Unidos e da Rússia, segundo o meio de comunicação belga Le Vif, que afirma que o dispositivo de segurança custa 274.945 euros por mês por delegação diplomática.
O atual conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado depois de um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em 7 outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva que já provocou mais de 35 mil mortos e 79 mil feridos, segundo o Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.