Os mediadores Egito e Qatar tentam trazer Israel de volta à mesa das negociações indiretas de cessar-fogo em Gaza com o Hamas, após o fracasso das conversações iniciais em Doha, disse esta quinta-feira uma fonte das autoridades egípcias.
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"Estamos a tentar trazer Israel de volta à mesa das negociações, mas para já sem sucesso", explicou a fonte próxima da delegação negociadora, pedindo para não ser identificada devido à sensibilidade do assunto.
A mesma fonte acrescentou que as negociações "não falharam devido a lacunas fundamentais" e mostrou-se convicta de que é possível retomar as conversações no Qatar.
A fonte acusou Israel de sabotar o acordo "quando estava prestes a ser assinado" e assegurou que "o Hamas não fez exigências impossíveis", pois os desentendimentos "não foram suficientes para justificar o fracasso das negociações".
Israel retirou a sua delegação negocial da capital do Qatar, alegando que o movimento islamita palestiniano Hamas não estava disposto a negociar.
De acordo com a imprensa israelita, o Hamas endureceu as suas exigências nos últimos dias das negociações, exigindo a libertação de um número superior ao esperado de prisioneiros palestinianos em troca dos reféns em Gaza.
A trégua proposta - proposta pelo enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff - incluía uma trégua de 60 dias, na qual o grupo palestiniano libertaria 10 reféns vivos em Gaza e 18 mortos.
Israel exigia ainda que os seus objetivos de guerra em Gaza fossem alcançados para concluir a sua ofensiva no enclave, que já custou a vida a mais de 61 mil pessoas, incluindo a destruição das capacidades de combate do Hamas.
Das 251 pessoas raptadas a 7 de outubro de 2023 pelo Hamas e aliados, 49 continuam reféns em Gaza, 27 das quais foram declaradas mortas pelo exército israelita.
Os reféns foram raptados pelo Hamas durante o ataque no sul de Israel que causou cerca de 1200 mortos e desencadeou a guerra em curso na Faixa de Gaza, com dezenas de milhares de mortos e acusações de genocídio contra o Governo israelita.