Um menino de 11 anos, com autismo, ficou esquecido dentro de um pequeno autocarro, depois de a mãe o entregar à empresa de transportes para o levar para o colégio, em Madrid, Espanha.
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Na segunda-feira, a mãe de Leo, um menino com 45% de incapacidade intelectual, deixou-o junto do minibus, com 25 lugares, que o leva até à escola.
A criança terá adormecido e, quando o veículo parou para deixar os demais no Centro de Educação Especial Afonso X o Sábio, ficou esquecida no último assento.
Ninguém deu conta do sucedido, nem a condutora do autocarro, nem a monitora, nem o colégio se aperceberam de que Leo não dera entrada na instituição.
A mãe de Leo, Paula Aparecida, de 40 anos, relatou à Cadena Ser que o filho ficara esquecido mais de seis horas. Depois de deixar as crianças, o autocarro seguiu viagem até um posto de recolha e o menino, que toma medicação que causa sonolência, ao acordar e não reconhecer o local, saiu do autocarro desorientado e começou a andar.
Os factos fazem parte de uma queixa que a família apresentou à Polícia Nacional.
A história só não teve pior desfecho porque a funcionária de um supermercado, onde Leo pediu para ir à casa de banho, se apercebeu da desorientação da criança, quando a viu de mochila às costas e com dificuldade em falar, e chamou a Polícia.
Foi o pai do menino quem deu o alerta à mãe. "Onde está o Leo?", perguntara-lhe numa chamada telefónica, "a Polícia diz que o tem".
As câmaras de vigilância do supermercado marcavam as 14.22 horas, e Leo deveria ter entrado na escola pelas 9.35 horas, como habitualmente, mas ninguém se apercebeu que existia um aluno a menos. Paula não foi avisada sobre nada.
Leo andou dois quilómetros perdido em Leganés e a associação de pais da região alerta para casos reiterados de negligência, que podem constituir situações perigosas para a integridade física das crianças. "Falharam todos os protocolos de atuação das empresas de transporte e dos colégios públicos", criticam numa nota de imprensa, em que dizem existir uma grande rotatividade de trabalhadores, com pouca formação.
O caso motivou uma inspeção educativa com urgência ao colégio e foi aberto um inquérito à empresa de transportes, para que se apurem responsabilidades.
O caso aconteceu na segunda-feira, dia 11 de setembro, e foi agora tornado público.