
Mohamed Fateh Al-Ahmed, pai do "herói" que desarmou um dos atacantes, esteve presente na homenagem
Foto: Dean Lewins/EPA
Milhares de pessoas juntaram-se, este domingo, para chorar as vítimas do ataque antissemita ocorrido há uma semana na praia australiana de Bondi, em Sidney, sob fortes medidas de segurança.
A concentração - que, segundo a agência AP, juntou dez mil pessoas - foi convocada para recordar as 15 pessoas mortas por dois homens armados quando participavam na festividade judaica Hanukkah e para pressionar o governo australiano a agir contra o antissemitismo e a apertar o controlo das armas.
Imagens das 15 vítimas, entre os 10 e os 87 anos, foram projetadas e o imigrante sírio Ahmed al-Ahmed, considerado um herói por ter lutado com um dos atacantes, que o baleou, enviou uma mensagem a partir do hospital.
Leia também "Herói" que desarmou atirador da Austrália recebe 1,4 milhões de euros em doações
A comunidade judaica de Sidney e os milhares de pessoas que a ela se juntaram acenderam velas em memória das vítimas e observaram um minuto de silêncio às 18.47 horas (hora australiana), para recordar o exato momento em que o massacre ocorreu. As televisões e rádios de toda a Austrália também ficaram em silêncio.
O primeiro-ministro, Anthony Albanese, os anteriores chefes de governo John Howard e Scott Morrison e o governador-geral Sam Mostyn, que representa o rei Carlos III, chefe de Estado da Austrália, juntaram-se à cerimónia.

Foto: Dean Lewins/EPA
A multidão vaiou Albanese quando se apercebeu de que estava presente, enquanto a líder da oposição, Sussan Ley, que prometeu reverter a decisão tomada pelo governo australiano, este ano, de reconhecer o Estado da Palestina, foi aclamada.

Foto: Dean Lewins/EPA
O primeiro-ministro australiano já ordenou uma auditoria ao funcionamento da polícia e dos serviços secretos e garantiu que o governo vai verificar se dispõe das estruturas adequadas "para proteger os australianos após o terrível ataque terrorista antissemita".
O parlamento do estado de Nova Gales do Sul vai reunir-se na segunda-feira para debater novas leis sobre discurso de ódio e porte de armas.
O ataque terrorista de domingo foi atribuído a dois homens, pai e filho, o primeiro abatido no local pela polícia. A polícia australiana apresentou 59 acusações, incluindo 15 por homicídio e uma por terrorismo, contra Naveed Akram, o atacante sobrevivente, de 24 anos.
O acusado ficou sob custódia policial no hospital onde permanece internado com ferimentos graves, depois de ter saído do estado de coma.
O grupo terrorista Estado Islâmico celebrou o facto de ter inspirado os dois homens a atacarem a comunidade judaica de Sidney, mas não reivindicou a autoria do que foi o pior incidente do género na Austrália em várias décadas.
