Milhares de pessoas, incluindo o primeiro-ministro da Sérvia, deslocaram-se este sábado a Srebrenica, no leste da Bósnia Herzegovina, para participar nas cerimónias que marcam o 20º aniversário do massacre dos 8.000 homens e rapazes muçulmanos, uma matança classificada como genocídio pela justiça internacional.
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Há 20 anos, em julho de 1995, quando a região foi declarada "zona protegida" pela ONU, cerca de 8.000 homens e rapazes muçulmanos foram mortos em Srebrenica pelas forças servio-bósnias, a maior matança desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Numerosos responsáveis internacionais - incluindo o presidente dos Estados Unidos na época Bill Clinton - cujo governo arquitetou os acordos de paz de Dayton que puseram fim ao conflito da Bósnia - vão estar hoje presentes em Srebrenica.
Belgrado recusa obstinadamente aceitar que foi perpetrado um genocídio e continua a ser uma questão que envenena as relações entre a Sérvia e a Bósnia.
Na quarta-feira, a Rússia vetou um projeto de resolução da ONU sobre Srebrenica, uma decisão com a qual Belgrado se congratulou e que as famílias das vítimas condenaram, considerando que tornava a reconciliação "impossível".
Os líderes político e militar dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic e Ratko Mladic, acusados de serem as eminências pardas do massacre de Srebrenica, estão atualmente a serem julgados por genocídio pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia.
Vinte anos depois do massacre de Srebrenica, a Bósnia, um dos países mais pobres da Europa, continua estática com as suas divisões e no fim da lista dos candidatos à adesão à União Europeia.
Depois de um período de tentativa de um Estado viável - com muitas dificuldades e sob pressão da comunidade internacional - a Bósnia, nas ruínas de um conflito com muitas mortes, ainda não conseguiu encontrar a fórmula para juntar o seu povo