Milhares de pessoas protestaram este domingo de manhã, em Barcelona, contra uma possível amnistia aos separatistas catalães, responsáveis pelo referendo à independência da região em 2017, que fará parte do acordo dos socialistas para formar governo.
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“Não à amnistia!” e “Puigdemont, na prisão!”, em referência ao ex-presidente regional catalão e líder do movimento independentista, foram algumas das palavras de ordem que se fizeram ouvir nos protestos que terão juntado, de acordo com a organização, a Sociedade Civil Catalã (SCC), cerca de 300 mil pessoas. Por sua vez, a Polícia de Barcelona fala em apenas 50 mil manifestantes.
O protesto, sob o lema “Não em meu nome: nem amnistia, nem autodeterminação”, reuniu altos funcionários do Partido Popular (PP, direita), incluindo o próprio líder, Alberto Núñez Feijóo, e o presidente do Vox (extrema-direita), Santiago Abascal. Da esquerda, apenas o ex-líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) Francisco Vázquez marcou presença, afirmando estar a “defender o Estado de direito e a Constituição”.
Pedro Sánchez, líder do PSOE e candidato a formar Governo – após Núñez Feijóo falhar a investidura por não reunir os apoios parlamentares necessários –, precisa dos partidos independentistas da Catalunha, da Galiza e do País Basco para viabilizar um Executivo. Porém, em troca, os catalães pedem amnistia a todos os acusados pela tentativa do golpe independentista de 2017. Sánchez já assumiu estar disposto a conceder o perdão, mas a oposição aponta a inconstitucionalidade da medida polémica.
Ao longo da semana, a SCC sublinhou a transversalidade do evento, desassociando-o do comício que o PP convocou em Madrid, no dia 23 de setembro, e apelando a que não houvesse siglas partidárias. A data escolhida para o protesto também é simbólica, uma vez que coincide com o sexto aniversário da primeira grande manifestação contra a independência da Catalunha.