O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nomeou sexta-feira como novo ministro da Defesa o general Henry Rangel Silva, um militar que o Departamento do Tesouro americano incluiu, em 2008, na listagem de suspeitos de alegados vínculos com o narcotráfico.
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"Chamei-o aqui porque é um homem humilde e hoje faço pública a sua designação como novo ministro da Defesa da República, neste templo sagrado, frente à Virgem de Coromoto (padroeira da Venezuela)", disse.
O presidente da Venezuela participava numa missa desde a cidade de Guanare, capital do Estado de Portuguesa (a sudoeste de Caracas), transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país.
A missa assinalou os seis meses da operação em que lhe foi extraído um tumor cancerígeno e teve como propósito agradecer a Deus pela sua recuperação, insistindo que está curado.
"Vamos aplaudir o novo ministro da Defesa, designado, Rangel Silva, e o novo comandante geral da Aviação bolivariana, o major-general (José Gregório) Pérez Escalona", enfatizou.
Em 2008 o Departamento do Tesouro dos EUA acusou o general Henry Rangel Silva de estar alegadamente envolvido em actividades relacionadas com a assistência a narcotraficantes e a guerrilheiros das subversivas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
O general tem negado insistentemente as acusações dos EUA.
Em Novembro de 2010 Henry Rangel Silva, chefe do comando estratégico operacional, confirmou a lealdade das Forças Armadas Venezuelanas ao presidente Hugo Chávez e o seu projecto de um regime de socialismo do século XXI, sublinhando que um eventual governo com a oposição seria difícil.
"As Forças Armadas Venezuelanas não têm lealdade a meias, mas sim completa para com um povo, um projecto de vida e um comandante e chefe. Casámo-nos com este projecto de país", disse Henry Rangel Silva.
As suas declarações levantaram uma intensa polémica no país, levando-o a afirmar que tinha sido mal-interpretado e a assegurar que estava comprometido com um projecto de país e não com uma pessoa.