O ministro ucraniano da Economia, Pavlo Cheremeta, anunciou a demissão por divergências com o chefe do Executivo, numa altura em que o país enfrenta um conflito armado e uma séria crise económica.
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"Em vez de lutar contra o antigo sistema, decidi trabalhar com pessoas que querem criar um sistema de futuro", escreveu Pavlo Cheremeta na página que mantém na rede social Facebook referindo-se ao afastamento do governo.
Pavlo Cheremeta explicou, esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que a "linha vermelha" foi ultrapassada na quarta-feira quando o governo nomeou como representante comercial Valérie Piatnitski, cargo sob a tutela do Ministério da Economia, apesar de todas as suas manifestações de desacordo sobre a nomeação.
A demissão do ministro deve ser agora aprovada pelo Parlamento de Kiev.
Cheremeta, 43 anos, economista formado nos Estados Unidos, foi recentemente criticado pelo primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniouk, que considerou "insuficientes" as reformas levadas a cabo pelo ministério.
Em recessão há mais de dois anos, a Ucrânia conta com a ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional que já concedeu ao país uma linha de crédito de 17 mil milhões de dólares de um total que pode alcançar os 27 mil milhões de dólares.
Pavlo Cheremeta, fundador da Escola dos Negócios, organismo académico da Universidade de Kiev-Moquila, foi uma das vozes mais ativas na defesa da aproximação da Ucrânia à União Europeia, em contestação contra o ex-presidente Viktor Ianukovich, apoiado pela Rússia.
Trata-se da segunda demissão no governo de Kiev desde o princípio da semana já que a jornalista e ativista Tetiana Tchornovol, responsável pela entidade governamental que luta contra a corrupção, abandonou o Executivo por causa "da falta de vontade no combate à corrupção.