Carlos Nunes, português residente no Luxemburgo, andou cinco meses por África e deu a volta quase toda ao continente por uma causa solidária. Tinha previsto terminar a viagem no Cairo, mas teve de parar o périplo no Sudão, por causa do novo coronavírus. Regressou a Moçambique para conhecer a terra onde nasceu e conseguiu 21.000 euros para distribuir por crianças orfãs e gente necessitada, numa viagem que considerou inesquecível.
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"Na Nigéria cheguei a ter uma metralhadora apontada à cabeça, mas consegui manter a calma. A polícia, o exército e até milicias locais fazem habitualmente barragens para controlar as pessoas, perguntar de onde vêm e para onde vão. É uma corrupção pegada... Vale tudo para sacar dinheiro. Na minha situação fui um alvo fácil e tive de sujeitar-me para poder seguir o meu caminho", recorda Carlos Nunes, que começou a sua volta por África no final de outubro do ano passado.
"Foi a grande vontade de ajudar as crianças, os mais necessitados e conhecer Moçambique, país onde nasci, que me levaram a empreender este périplo por um continente que considero mágico. Nem tudo foram rosas, mas posso dizer que vivi uma experiência inesquecível", reconhece o português.
Uma viagem de mota num total de 41.000 quilómetros que este motorista do Tribunal de Contas começou no Luxemburgo e terminou às portas [fechadas] da fronteira da Etiópia com o Sudão do Sul.
"Tenho pena de não ter completado o trajeto. Faltaram-me cerca de 3.500 quilómetros para chegar ao Cairo, no Egito, onde era previsto terminar. Pretendo regressar um dia para a concluir, mas vai levar o seu tempo", garante.
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