Conservador grego conseguiu, na segunda ronda eleitoral, 40,5% dos votos e beneficia de um bónus em deputados.
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Venceu as eleições de 21 de maio com 40% dos votos, mas Kyriakos Mitsotakis não se deu por satisfeito e quis ir a jogo uma segunda vez. Conquistou, na ronda deste domingo, quase os mesmos votos do que na primeira (40,5%), porém, agora beneficia de um bónus em deputados que lhe garante uma maioria absoluta.
Iniciam-se mais quatro anos de poder do Nova Democracia (ND), após uma larga vantagem em relação ao opositor de Esquerda.
Os votos ainda estavam a ser contados quando Mitsotakis declarou vitória perante uma multidão de apoiantes em Atenas, comprometendo-se com “um forte mandato” para “transformar” o país, cita a agência Reuters.
O líder do ND conseguiu obter, segundo o Ministério do Interior grego, a maioria dos assentos do Parlamento e poderá, novamente, orientar os destinos do país sozinho. Nesta segunda volta, o político de centro-direita só precisava de 39% dos votos para ter maioria absoluta, graças ao bónus de até 50 lugares para o partido vencedor.
O partido de esquerda Syriza, liderado por Alexis Tsipras (que foi chefe do Executivo grego entre 2015 e 2019) foi o segundo mais votado com 17,8%. Surgem os sociais-democratas Pasok-Kinal em terceiro lugar, com 12,6% dos votos, seguidos pelo Partido Comunista da Grécia, com 7,3%.
Em quinto lugar, com 4,7%, está o partido de extrema-direita “Espartanos”, seguido de outro partido da mesma ala política, o Solução Grega (4,6%), e da formação antissistema Niki (Victoria) do teólogo Dimitris Natsiós (3,7%).
A formação “Jornada da Liberdade”, da ex-deputada do Syriza Zoe Konstantopulu, também consegue ultrapassar o limite de 3% para obter representação parlamentar, algo que o esquerdista MeRA25 do ex-ministro das Finanças Yanis Varufakis não alcançou.
Economia e migração
Mitsotakis, de 55 anos, é ex-banqueiro e cresceu no seio de uma poderosa família na área da política. Para o futuro, garante “grandes mudanças” na Grécia, que vão desde “aumento dos salários” a “um Estado mais eficiente”.
Além da economia, entre os desafios surge a questão migratória, um tema que, nos últimos, anos, tem gerado muitas críticas ao Executivo.
O líder de centro-direita chegou ao poder em 2019, após destronar o partido Syriza, no auge de uma crise económica debilitante que quase levou a Grécia a sair da zona Euro.