A modelo Luisa Kremlev, com dupla nacionalidade russa e espanhola, foi detida por suspeitas de ter inventado ter sido violada pelo jogador de futebol francês Theo Hernández, que atualmente representa os italianos do A.C. Milan.
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De acordo com a modelo de 24 anos, que ganhou fama ao participar em vários programas de televisão, a agressão sexual teria acontecido na madrugada de 4 de junho de 2017, no parque de estacionamento da discoteca Olivia Valère, em Marbella, no sul de Espanha. Na altura, o lateral esquerdo de 22 anos tinha acabado de assinar pelo Real Madrid, depois de uma grande época ao serviço do Alavés, equipa para a qual foi cedido pelo Atlético de Madrid.
O caso, recorda o jornal espanhol "Diário Sur", teve grande impacto nos media e nas redes sociais, mas surgiram dúvidas sobre a história de Luisa e, apesar da seriedade da acusação, as autoridades não detiveram o jogador. O juiz não só libertou Hernández como mandou arquivar o caso dois dias depois, com o apoio do Ministério Público, que pediu para deduzir testemunho contra a jovem modelo por simulação de crime, uma vez confirmada a rejeição da sua queixa, o que aconteceu há alguns meses.
Agora, o Ministério Público pede pena de prisão para Luisa por supostamente ter inventado a violação. As autoridades não conseguiram, num primeiro momento, localizar a modelo para fazer pessoalmente a acusação. O Tribunal de Instrução número 3 de Marbella ordenou a busca, detenção e apresentação de Luisa para fins de notificação. A Polícia Nacional localizou a jovem na segunda-feira, deteve-a e levou-a a um juiz.
Segundo a queixa apresentada por Luisa, citada por aquele jornal, Theo Hernández teria forçado a suposta vítima "a continuar a relação sexual que tinham iniciado livremente, na parte de trás do carro" do jogador. A modelo afirmou que, a dada altura, não quis continuar o ato sexual e, apesar de Theo não ter aceitado, conseguiu fugir. O jogador "abriu a porta do carro e atirou-a para o chão de joelhos, magoando-a e levando-a, em estado de choque, de volta à discoteca".
No entanto, os juízes detetaram várias "contradições" no depoimento de Luisa. As câmaras de videovigilância mostram a modelo a sair às 6 horas da manhã da discoteca, acompanhada pelo jogador. As imagens revelam que ela "tropeçou e caiu de joelhos, colocando a mão direita no chão". Cerca de 15 minutos depois, "quando a agressão já teria supostamente ocorrido, ambos regressam ao estabelecimento conversando de maneira amigável, não aparentando que algo de anormal tenha ocorrido, pelo contrário".
O tribunal aponta também que, às 6.23 horas, a modelo enviou uma mensagem no WhatsApp para Theo a perguntar "repetidamente" se ele ia ter a sua casa. Luisa também ligou ao jogador, que não atendeu. Atitudes que, para o tribunal, não têm "lógica de uma pessoa que, segundo a própria, tinha acabado de ser violada".
As câmaras de videovigilância gravaram ainda o momento em que, às 7 horas, a modelo entrou em confronto com três outras raparigas que estavam com o jogador, com as quais "trocou socos", "caíram no chão" e usou um "spray de defesa".
Segundo o "Diário Sur", o exame ginecológico revelou apenas que "teve pouco tempo antes um contacto sexual, como admitiu Hernández", e, além disso, a jovem, que expressou suspeitas de ter sido drogada, rejeitou o tratamento. Agora, todas as acusações estão contra Luisa, acusada de simulação do crime de violação. Mas a modelo desmentiu, na quinta-feira, através do Instagram, a detenção: "Não fui detida e muito menos estou presa. Não há nenhuma condenação. A verdade virá à luz", escreveu naquela rede social.